UA quer apoio de países de língua portuguesa para deter Joseph Kony
Estratégia com apoio da ONU é apresentada, esta quarta-feira, no Conselho de Segurança; força de 5 mil homens deve integrar o Uganda, o Sudão do Sul, a República Centro-Africana e a República Democrática do Congo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A União Africana considerou importante o contributo dos países de língua portuguesa no continente para pôr fim às atividades dos rebeldes do Exército de Resistência do Senhor, LRA, e apoiar os afetados.
O grupo, liderado por Joseph Kony, é tido como o principal responsável por atrocidades cometidas no Uganda, Sudão do Sul, República Centro-Africana e República Democrática do Congo, RD Congo.
Estratégia
Uma estratégia conjunta da ONU e da UA prevê que cerca de 5 mil homens, dos quatro países, sejam mobilizados para combater os rebeldes. A apresentação do plano será feita, esta quarta-feira, no Conselho de Segurança.
Em entrevista à Rádio ONU, em Nova Iorque, o enviado especial da UA para a questão do LRA, Francisco Madeira, citou a forma como alguns países lusófonos lidaram com conflitos e indicou um eventual papel das diásporas.
Comunidades
“Angola tratou com a Unita e as técnicas de guerrilha são mais ou menos as mesmas. Não quer dizer que a Unita era a LRA, mas há técnicas e estas podem ser partilhadas. Moçambique tratou com uma outra rebelião e essas técnicas podem ser partilhadas e úteis no terreno para ensinar às tropas como se lida com uma guerrilha. A outra é as comunidades lusófonas se unirem e virem com apoio humanitário para as populações afetadas como gesto do seu engajamento para pôr fim a esta questão do LRA, que comete crimes inaceitáveis hoje”, frisou.
Desde a década 90, os rebeldes originários do norte do Uganda são acusados de massacres em aldeias, mutilação das vítimas, sequestros de rapazes para uso como soldados e rapto de raparigas para escravidão sexual.
Infraestruturas
Para o representante, é necessário compreender o fenómeno para que haja maior apoio à nova estratégia com vista a pôr fim às atividades do LRA .
No âmbito da estratégia, sob o comando da UA, as vítimas das atrocidades devem ser assistidas, apoiadas com infraestruturas e programas de desenvolvimento “a longo prazo para eliminar a possibilidade de criação de grupos rebeldes.”