Relator: G-20 tem chance de combater impacto negativo de biocombustíveis
Em comunicado, Olivier de Schutter, relator especial para o Direito à Alimentação disse que o debate sobre segurança alimentar deve tratar o “problema dos biocombustíveis”.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O relator das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Olivier de Schutter, conclamou os líderes do G-20 a combater impactos negativos da produção de biocombustíveis.
O G-20, que conta com as 20 maiores economias do mundo, e do qual o Brasil participa, se reunirá nestes 2 e 3 de novembro em Cannes, na França.
Especulação
De Schutter comentou a declaração dos líderes do bloco sobre a importância da segurança alimentar. Mas para o relator, um plano de ação sobre o tema sem tratar da questão dos biocombustíveis só levará à especulação desmedida.
O especialista lembrou a fome do Chifre da África, como é chamado o extremo leste do continente, as baixas colheitas no oeste africano e as perdas geradas pelas cheias no sudeste da Ásia.
Segundo ele, esses são sinais de que é mais urgente do que nunca combater a volatidade do preço dos alimentos e a fome crescente.
Terras Aráveis
Olivier de Schutter disse que o G-20 tem que acabar com os subsídios fiscais à produção de biocombustíveis. Para ele, este é um importante fator do aumento do preço dos alimentos e de uma corrida por terras aráveis em países em desenvolvimento.
Segundo o relator da ONU, quem tem fome não pode esperar. Ele disse que o plano acordado pelos líderes do G-20 é muito fraco. E afirmou que desta maneira o mundo não terá como alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050.