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Pesquisa desaconselha parto induzido sem justificativa médica BR

Pesquisa desaconselha parto induzido sem justificativa médica

Estudo da Organização Mundial da Saúde, divulgado nesta sexta-feira, revela aumento dos riscos de cesarianas e outras intervenções médicas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

Grávidas que se submetem ao parto induzido, sem justificação médica, podem estar arriscando a própria vida, além de causar complicações à saúde do bebê.

A afirmação faz parte de um estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgado nesta sexta-feira. A análise foi dirigida por pesquisadores brasileiros.

Dois Grupos

O estudo, publicado no Boletim da OMS, comparou dois grupos em cerca de 40 mil partos da América Latina. As mulheres entrevistadas tinham gravidez de baixo-risco, e deram à luz por indução ou de forma espontânea.

A indução do trabalho de parto pode ser feita com a ruptura das membranas, uso de medicamentos ou uma combinação de métodos.

Em entrevista à Rádio ONU, da Cidade do México, um dos chefes do estudo, João Paulo Souza, do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS, falou de complicações para a saúde da mulher e do bebê.

Terapia Intensiva

“O que a gente observou foi uma maior necessidade de medicamentos para estimular a contração do útero após o parto, possivelmente por conta de um aumento de hemorragia. Houve um risco cerca de três vezes maior que o de uma internação em uma unidade de terapia intensiva. Um risco aumentado de histerectomia pós-parto, ou seja, o risco da mulher perder ou necessitar que o seu útero seja retirado através de uma cirurgia no pós-parto foi também aumentado”, disse.

A pesquisa  constatou ainda um aumento do risco de cesarianas e outras intervenções médicas, levando a um maior tempo de recuperação para as mulheres e custos adicionais de saúde.

Apesar de apontar para um menor risco de complicações em bebês, o estudo alerta que a indução do parto pode causar um atraso geração do leite materno prejudicando assim a amamentação.

*Apresentação: Luisa Leme, da Rádio ONU em Nova York.