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Carvão de Moçambique deve financiar políticas em prol da criança, pede Unicef

Carvão de Moçambique deve financiar políticas em prol da criança, pede Unicef

Agência considera indústria extractiva do carvão uma grande oportunidade para tirar as crianças do país do ciclo de pobreza; governo prevê tornar o país  no maior exportador de carvão em África.

[caption id="attachment_203050" align="alignleft" width="350" caption="Moçambique se tornará o maior exportador de carvão em África"]

Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, considerou que as multinacionais que operam na área do carvão em Moçambique devem dispor de políticas sociais pró-crianças, para que seja tirado melhor proveito destes recursos naturais.

Nos últimos anos, cerca de 40 empresas da área mineira descobriram grandes quantidades de carvão na província de Tete, que, segundo estimativas do governo, tornará Moçambique no maior exportador de carvão em África.

Impactos

Nesta quinta-feira, o Unicef apresentou a sua perspectiva sobre a indústria extractiva em Moçambique, durante uma conferência sobre os impactos sócio-ambientais cumulativos do aproveitamento do carvão mineral em Tete.

Falando à Rádio ONU, em Maputo, a especialista de políticas sociais do Unicef em Moçambique, Lisa Kurbiel, disse acreditar nos ganhos decorrentes da exploração do carvão para o país. Contudo, apelou à adopção de uma legislação de protecção social virada para crianças.

Oportunidades

“Os recursos financeiros de minerais de carvão são uma grande oportunidade de tirar as crianças moçambicanas do ciclo de pobreza. O crescimento económico não é por si suficiente, pois, deve providenciar estabilidade financeira para Moçambique e, ao mesmo tempo, investir-se no futuro das crianças moçambicanas. Todos os moçambicanos devem beneficiar-se das oportunidades deste momento histórico, particularmente em termos de realização dos direitos das crianças, incluindo acções de saúde nutricional, água potável e educação”, afirmou.

Desde 2009, o executivo moçambicano concedeu licenças de extracção de carvão a 45 empresas nacionais e estrangeiras que operam no centro de Moçambique, onde defende haver inicações de existência das maiores reservas de carvão do mundo.