Malnutrição grave afecta mais de 500 mil crianças no Corno de África
Fundo da ONU para a Infância quer reforço de resposta coordenada da ONU à crise humanitária; Ban Ki-moon pede medidas a longo prazo na estratégia de actuação global.
[caption id="attachment_201540" align="alignleft" width="350" caption="Malnutrição atinge mais de 1,6 milhão de menores no Corno de África"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.
A malnutrição grave ameaça a vida de mais de 500 mil crianças na Somália, Quénia e Etiópia, aponta o Fundo da ONU para a Infância, Unicef. A agência alerta que 1,6 milhão menores abaixo dos cinco anos sofrem de malnutrição aguda.
Nesta quinta-feira, o director executivo do Unicef, Anthony Lake, deu início a uma visita à capital queniana, Nairobi, para reforçar a resposta concertada de agências da organização à crise humanitária na região.
Ajuda
De acordo com a ONU, as crianças constituem a maior parte dos 11 milhões de pessoas com necessidade de ajuda humanitária no Corno de África.
Num encontro de emergência, em Nova Iorque, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon apelou a uma missão de alto nível sobre a Crise Global de Segurança Alimentar para avaliar a deterioração da situação no Corno de África, considerando medidas a longo prazo na sua estratégia global.
Produtividade
O grupo, que reúne chefes de mais de 20 departamentos da ONU, realçou o papel dos mercados comerciais e bens, apoio à produtividade agrícola e empreendimentos desenvolvidos por agricultores de pequena escala.
A visita de Lake ao Quénia, inclui uma deslocação para avaliar a situação no distrito etíope de Turcana, povoado por 850 mil pessoas, na sua maioria pastores.
Pobreza Crónica
A seca e o aumento dos preços alimentares aprofundaram a pobreza crónica conduzindo a níveis de crise extrema e situação de emergência na malnutrição no distrito.
De acordo com agências humanitárias, apenas metade dos US$ 1,6 mil milhão necessário para levar a cabo as operações de ajuda foram disponibilizados pela comunidade internacional.