Patriota diz que Brasil não tem planos para compra da dívida portuguesa
Ministro das Relações Exteriores disse à Rádio ONU que, até o momento, país não aderiu à proposta do Timor-Leste para adquirir títulos do tesouro com o objetivo de ajudar Portugal a sair da crise econômica.
[caption id="attachment_201423" align="alignleft" width="350" caption="Antonio Patriota deve se reunir com o novo chanceler português, Paulo Portas"]
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Brasil não deve aderir à proposta do Timor-Leste sobre a compra de títulos da dívida de Portugal.
A afirmação é do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Nesta entrevista à Rádio ONU, Patriota lembrou que deve se reunir com o novo chanceler português, Paulo Portas, no fim deste mês, em Brasília, mas segundo ele, uma ajuda financeira não é parte da agenda.
Investimentos Recíprocos
“Não existe uma proposta específica, em termos financeiros, mas a relação comercial e a parceria econômica, os investimentos recíprocos entre Brasil e Portugal continuam muito robustos. Acho que, talvez, o melhor símbolo disso sejam as 50 frequências aéreas da TAP entre Lisboa e cidades brasileiras. Hoje em dia, um número grande de capitais que vão desde às capitais do nordeste até Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília.”
A iniciativa para compra de títulos da dívida portuguesa partiu do Timor-Leste, uma ex-colônia de Portugal, no sudeste da Ásia. Segundo o premiê timorense, Xanana Gusmão, seu país “tem obrigação moral de ajudar Portugal neste momento.” O Timor também fez a sugestão a Angola, um outro país lusófono, no sul da África.
A crise econômica de Portugal levou o governo a pedir um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional, FMI, e à União Europeia. Ao lado da Irlanda e da Grécia, Portugal é o terceiro país a receber a ajuda financeira.