Acnur pede ajuda internacional para Líbia

Agência da ONU cita violência e deslocamentos de civis por causa dos confrontos entre governo e rebeldes; já OIM adverte para situação de vulnerabilidade de migrantes da África Subsaariana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A Líbia pode precisar de ajuda internacional já durante as próximas semanas. O alerta foi feito pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, nesta terça-feira.

Numa visita a zonas de conflito no sul e leste da capital Trípoli, uma equipe da agência constatou deslocamentos, casos de violência generalizada e necessidade de urgência na distribuição de bens básicos e serviços.

Centro Urbano

O porta-voz do Acnur, William Spindler, falou à Rádio ONU, de Paris,  sobre o atendimento médico em Misrata, um centro urbano controlado pelos opositores do regime de Muammar Kadafi.

“Na cidade de Misrata há também um número de médicos que saiu deixando  os hospitais sem pessoal. Em alguns casos, estudantes de medicina estão a substituir o pessoal que partiu”, frisou.

Fronteiras

A Organização Internacional para Migrações, OIM, informou que a maioria dos afetados é de Gana, Togo, Sudão, Camarões e outros países africanos. A OIM contou que eles estariam sem documentos e salários.  O motivo foi a saída dos empregadores da Líbia logo no início do conflito, em fevereiro.

De acordo com a OIM, o número de desalojados que atravessaram as fronteiras líbias continua aumentando. Mais de 952 mil pessoas já seguiram para os países vizinhos ou fugiram para a Itália e para Malta.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.