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Agências da ONU alertam para necessidades de apoios à Líbia

Agências da ONU alertam para necessidades de apoios à Líbia

Acnur fala de violência e deslocamentos; OIM adverte para situação de vulnerabilidade de migrantes subsaarianos.

[caption id="attachment_197199" align="alignleft" width="350" caption="Refugiados líbios esperam comida. "]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Líbia pode precisar de ajuda internacional durante as próximas semanas, alertou esta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.

Numa visita efectuada a zonas de conflito no sul e leste da capital, Trípoli, uma equipa da agência constatou deslocamentos, ocorrência de violência generalizada e necessidade urgente de reforços na distribuição de bens básicos e serviços.

Atendimento Médico

Em declarações à Rádio ONU, de Paris, o porta-voz do Acnur, William Spindler, falou da situação de atendimento médico em Misrata, um centro urbano sob controlo dos rebeldes.

“Na cidade de Misrata há também um número importante de médicos que saiu deixando  os hospitais sem pessoal. Em alguns casos, estudantes de medicina estão a substituir o pessoal que partiu”, frisou.

Limitações

A equipa do Acnur diz ter-se deslocado às regiões de Trípoli e Zlitan, controladas pelo governo, onde constatou necessidade de apoio a mais de 49 mil desalojados.

Entretanto, uma avaliação das necessidades humanitárias feita em várias partes da Líbia pela Organização Internacional para Migrações,OIM, apontou a necessidade de apoio à maior parte de migrantes de comunidades africanas e de filipinos abrigados em dois acampamentos da capital.

Migrantes Africanos

A maioria dos afectados provenientes do Gana, Togo, Sudão, Nigéria, Camarões e outros países africanos carecem de formação técnica, documentos e salários.  Os empregadores deixaram o país no início do conflito na sequência das manifestações antigovernamentais, em Fevereiro.

De acordo com a OIM, o número de desalojados que atravessaram as fronteiras líbias continua a subir. Mais de 952 mil pessoas já seguiram para os países vizinhos ou chegaram à Itália e Malta.