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Relator da ONU preocupado com deportações no Camboja BR

Relator da ONU preocupado com deportações no Camboja

Manfred Nowak afirmou que eles correm o risco de tortura, outras formas de maus-tratos ou ainda à pena de morte; os refugiados fugiram da China nos últimos meses, devido a tensões étnicas em Urumqi, capital da Região Autônoma Xinjiang Uighur, no noroeste do país.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.

O relator especial da ONU sobre Tortura, Manfred Nowak, disse nesta terça-feira que está muito preocupado com o retorno forçado de 20 pessoas da etnia Uighur do Camboja para a China.

Ele afirmou que as autoridades do Camboja intencionalmente impediram uma determinação de status de refugiados garantida pela Convenção de Genebra.

Risco

Segundo Nowak os deportados correm o risco de tortura, outras formas de maus-tratos ou ainda à pena de morte.

O relator pediu que as autoridades chinesas tratem esses indivíduos humanamente de acordo com padrões internacionais, para que eles possam receber visitas caso sejam detidos, e que tenham um processo legal justo.

Os refugiados fugiram da China nos últimos meses, devido a

tensões étnicas em Urumqi, capital da Região Autônoma Xinjiang Uighur, no noroeste do país.

Os conflitos emergiram em julho durante manifestação para a independência de Xinjiang, que voltou a fazer parte da China em 1949 com a extinção do Turcomenistão do Leste.

Segundo o governo chinês mais de 150 pessoas foram mortas nos confrontos entre manifestantes Uighurs, muçulmanos de etnia turca, chineses da etnia Han e a polícia.

Minorias

Em nota separada a relatora independente da ONU para assuntos relativos às minorias, Gay McDougall, fez um apelo para que a China permita uma avaliação compreensiva e independente dos conflitos.

Ela voltou a pedir para que o governo chinês libere sua visita oficial à região. A primeira solicitação havia sido feita logo após o início da onda de violência.