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Recomeço da pena de morte no Iraque preocupa ONU BR

Recomeço da pena de morte no Iraque preocupa ONU

Execuções haviam sido suspensas em agosto de 2007 mas foram retomadas no país no começo de 2009; só na primeira metade do ano, 324 sentenças de pena capital foram proferidas no Iraque.

Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.

A retomada da pena de morte no Iraque no começo do ano é um motivo de grande preocupação para as Nações Unidas, segundo o mais recente relatório que trata da situação dos direitos humanos no país.

A publicação revela que as execuções foram suspensas em agosto de 2007, mas as condições de segurança seriam o motivo alegado por oficiais iraquianos para reatar a medida recentemente.

Sigilo

O texto da ONU ressalta que o sigilo envolvendo as execuções permanecem como uma questão adicional de preocupação.

Devido a falhas na administração judiciária e violações de processos criminais nos tribunais, a Missão das Nações Unidas no Afeganistão, Unama, e o escritório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos pediram ao governo do Iraque para declarar moratória sobre todas as execuções.

O relatório cita que muitas pessoas são condenadas com base em confissões geralmente conseguidas após coação e tortura e, até que essas violações sejam endereçadas, a imposição da pena de morte por cortes iraquianas permanece arbitrária.

Só na primeira metade do ano, 324 sentenças de pena capital foram proferidas no país.

Mensagem

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, já havia dito que se opõe à pena de morte em todas as situações, em mensagem divulgada pelo 20º aniversário da adoção de um tratado chave que visa abolir a prática, comemorado nesta terça-feira.

O tratado, conhecido por 2º Protocolo Opcional ao Convênio Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, já foi ratificado por 72 Estados desde 15 de dezembro de 1989.