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Guiné-Bissau precisa reformar segurança e defesa, diz Ban BR

Guiné-Bissau precisa reformar segurança e defesa, diz Ban

Afirmação consta do novo relatório do Secretário-Geral enviado, nesta quinta-feira, ao Conselho de Segurança sobre a situação na ex-colônia portuguesa.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas afirmaram que os assassinatos do presidente da Guiné-Bissau e do chefe das Forças Armadas, no mês passado, demonstraram a necessidade de reforma dos setores da justiça e da defesa do país africano.

A declaração é parte do relatório do Secretário-Geral, Ban Ki-moon, sobre a ex-colônia portuguesa, enviado nesta quinta-feira, ao Conselho de Segurança.

Eleições Presidenciais

O ex-presidente João Bernardo Nino Vieira e o ex-chefe das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, foram assassinados em 4 de março.

O militar morreu num atentado a bomba contra o quartel e o presidente em sua casa, horas depois. Segundo a mídia local, Nino Vieira foi morto por soldados revoltados.

No relatório para o Conselho de Segurança, Ban Ki-moon também pediu o apoio da comunidade internacional para as novas eleições presidenciais.

Pela constituição, o presidente interino deve convocar o pleito até 4 de maio.

Consolidação da Paz

A Guiné integra a agenda da Comissão de Consolidação da Paz da ONU. Os trabalhos com o país são dirigidos pela embaixadora brasileira, Maria Luiza Ribeiro Viotti.

Nesta entrevista à Rádio ONU, a embaixadora disse que a Guiné precisará de recursos para realizar a votação num futuro próximo.

"As eleições são uma prioridade. O importante é realçar que esta transição que está sendo feita na Guiné-Bissau ocorre dentro do marco constitucional e do pleno respeito às normas democráticas. Já tomou posse o presidente da Assembleia Nacional, que é o presidente interino. Mas as eleições estão previstas para os próximos meses. Há um prazo de 60 dias previsto pela Constituição, mas é necessário mobilizar recursos da comunidade internacional para o apoio para as providências que a Guiné-Bissau já está tomando como o objetivo de realizar as eleições", afirmou.

Atentado

Na quarta-feira, o representante da ONU na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, condenou um atentado contra o ex-ministro do país e atual presidente do Tribunal de Contas, Francisco Fadul.

Segundo as Nações Unidas em Bissau, ele teve que ser hospitalizado após o ataque.

A organização também criticou o que chamou de prisão ilegal do advogado guineense Pedro Infanda.

De acordo com relatos da mídia local, os dois teriam feito críticas à escolha de novos quadros das Forças Armadas.

Os ataques contra Fadul e Infanda também foram condenados pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, numa nota publicada nesta sexta-feira, em Lisboa, capital de Portugal.