Presidente do Sudão é acusado em Haia
Caso foi apresentado ao Tribunal Penal Internacional na Holanda por promotor Luis Moreno-Ocampo (foto).
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.*
O presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad Al Bashir, foi acusado, nesta segunda-feira, por crimes de guerra e contra a Humanidade, na província de Darfur, no oeste do país.
O caso foi levado ao Tribunal Penal Internacional pelo promotor Luis Moreno-Ocampo, em Haia, na Holanda.
Acusações Negadas
Segundo Ocampo, Al Bashir estaria envolvido ainda em acusações de genocídio.
O primeiro caso do promotor sobre Darfur levou a ordens de prisão contra o ex-ministro do Interior do Sudão, Ahmad Haroun, e o atual ministro de Assuntos Humanitários, Ali Kushayb.
Mas o governo nega acusações de envolvimento com crimes cometidos em Darfur.
Todos os casos são relacionados ao conflito na província que começou em 2003 entre tropas do governo, grupos rebeldes e milícias.
“Politicamente Motivada”
Nesta segunda-feira, o embaixador do Sudão na ONU, Abdalmahmood Abdalhaleem Mohamad, rebateu as acusações.
O embaixador afirma que a acusação formal é politicamente motivada. Abdalhaleem Mohamad pediu às Nações Unidas para se opor às acusações.
Independente
Numa nota, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon disse que o tribunal é independente e que a ONU tem que respeitar o processo jurídico.
Ban já havia falado ao telefone no domingo com o presidente Al Bashir explicando que as Nações Unidas não têm influência sobre o TPI.
Durante a conversa, ele pediu ao presidente sudanês para investigar o ataque da semana passada ocorrido em Darfur, que matou sete soldados da Missão da União Africana e das Nações Unidas em Darfur, Unamid.
Pelo menos 300 mil pessoas morreram e 2,7 milhões estão deslocadas pela violência em Darfur.
Apresentação*: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.