Presidente do Sudão é acusado em Haia (Português para África)
Promotor do TPI, Luis Moreno-Ocampo (foto), apresentou provas acusando Omar Al-Bashir de crimes contra a Humanidade.
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.
O promotor do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, apresentou esta segunda-feira provas acusando o presidente sudanês, Omar Hassan Al Bashir, de crimes de genocídio, crimes contra a Humanidade e crimes de guerra em Darfur.
As acusações têm lugar três anos depois do Conselho de Segurança ter requisitado a Moreno-Ocampo a realização de investigações sobre o papel do presidente Bashir na crise de Darfur.
Crítica
Esta segunda-feira, o embaixador do Sudão na ONU, Abdalmahmood Abdalhaleem Mohamad criticou as acusações.
O embaixador afirma que esta acusação formal é um desenvolvimento muito sério e que é politicamente motivada. Abdalhaleem Mohamad apela ainda às Nações Unidas para se oporem a estas acusações.
O primeiro caso do promotor sobre Darfur levou a ordens de prisão contra o ex-ministro do Interior do Sudão, Ahmad Haroun, e o actual ministro de Assuntos Humanitários, Ali Kushayb.
Mas o governo nega acusações de envolvimento em crimes cometidos em Darfur.
Independência
Este domingo o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, explicou a Bashir, ao telefone, que a ONU não tem influência sobre o TPI, que é um órgão independente.
Durante a conversa Ban pediu ao presidente sudanês para investigar o ataque da semana passada ocorrido em Darfur o qual resultou na morte de sete soldados da força conjunta União Africana-Nações Unidas, Unamid.
A província sudanesa de Darfur vive um conflito desde 2003 entre tropas do governo, milícias e rebeldes. Pelo menos 300 mil pessoas morreram e 2,7 milhões foram deslocadas.