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Mulheres sofrem mais com emprego precário (Português para a África)

Mulheres sofrem mais com emprego precário (Português para a África)

Segundo relatório da OIT, metade das trabalhadoras do mundo estão em postos vulneráveis e mal pagos.

Helder Gomes, da Rádio ONU em Nova York.

Um relatório da Organização Mundial do Trabalho, OIT, sugere que a presença de mulheres no mercado de trabalho aumentou cerca de 18% se comparada com a década passada.

A OIT afirma que metade dessas trabalhadoras tem empregos vulneráveis e mal pagos.

Segundo o estudo divulgado em Genebra, na Suíça, o trabalho precário para as mulheres aumentou de 31,4% em 1997 para 33,2% em 2007.

A especialista em Igualdade de Género da OIT, Albertina Jordão, falou à Rádio ONU, de Lisboa, sobre o significado de trabalho precário.

"O trabalho digno implica um trabalho com direitos, com direito à protecção, sem discriminação. E, de facto, quando nós olhamos para os últimos dados da OIT, o que podemos observar é que há uma correlação muito grande entre a pobreza e a desigualdade no trabalho. Podemos dizer que a pobreza é um dos maiores aliados dessa desvantagem que efectivamente as mulheres têm no mercado de trabalho", disse.

África subsaariana

De acordo com o relatório, em África, a maior parte das mulheres trabalha no sector da agricultura, o que, segundo a agência da ONU, aumenta as situações de vulnerabilidade ao estarem sujeitas a secas extremas ou inundações severas.

Segundo Albertina Jordão, a falta de acesso à educação agrava a situação das mulheres africanas.

"A África Subsaariana é uma das regiões do mundo onde a situação de desvantagem das mulheres é maior e onde se verifica maior pobreza. As regiões mais pobres são aquelas onde também as mulheres estão em situação de maior dificuldade. Como o mundo é muito desigual e muito diferenciado, há um elemento muito importante e que contribui fortemente para a situação de desfavorecimento e de pobreza das mulheres, que é a questão do acesso à educação", disse.

América Latina

O relatório da OIT revela que na América Latina, 64,6% das mulheres são remuneradas e assalariadas, 25,5% delas estão no sector informal, 7,1% actuam nos negócios familiares e só 2,7% são empregadoras.

A publicação do documento faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher que se celebra neste sábado.