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Parlamento da Guiné debate mutilação genital (Português para a África)

Parlamento da Guiné debate mutilação genital (Português para a África)

Segundo OMS, a mutilação genital coloca em risco a saúde de mulheres, meninas e recém-nascidos.

Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, saúda a iniciativa dos deputados guineenses de promover na Assembleia Nacional da Guiné-Bissau um debate sobre um projecto de lei para proibir a mutilação genital feminina.

A iniciativa visa sensibilizar os legisladores para a necessidade de se eliminar uma prática que segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, coloca em risco a saúde de mulheres, meninas e recém-nascidos.

O representante do Unicef no país, Jean Dricot, disse à Rádio ONU, que o que se está a fazer é adaptar as leis nacionais às convenções internacionais já ratificadas pela Assembleia Nacional.

Entre elas ele destacou os tratados sobre os direitos das crianças e de eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres.

Riscos

Jean Dricot falou dos riscos que a mutilação, também conhecido por “corte” tem para a vida das mulheres.

"A incisão não é ligada a uma religião. Existem grupos cristãos que praticam e nem todos os grupos islâmicos praticam. O corte é também uma das causas principais da mortalidade materna. Não é o ferimento causado no momento do corte. É verdade que muitas vezes ocorrem infecções e complicações, mas o problema ocorre mais tarde quando a menina chega a idade adulta. No momento do parto elas têm complicações", disse.

A Assembleia Nacional da Guiné-Bissau agendou esta sessão para marcar o Dia Internacional da Mulher que se celebra neste 8 de Março.

A ONU estima que 3 milhões de meninas correm o risco de serem submetidas à remoção parcial dos órgãos genitais e mais de 140 milhões de mulheres já sofreram mutilações.