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ONU realça ações de lideranças na Assembleia Climática da Juventude Africana

Menores de idade são  negligenciados pelos principais fluxos de financiamento climático
© UNICEF/Mark Naftalin
Menores de idade são negligenciados pelos principais fluxos de financiamento climático

ONU realça ações de lideranças na Assembleia Climática da Juventude Africana

ODS

Secretário-geral pede ampla mobilização a ativistas que se encontram até domingo em Nairóbi; evento acontece antes da Semana do Clima em África; Unicef coloca Guiné-Bissau entre nações com maior risco dos impactos das alterações climáticas.

A capital queniana, Nairóbi, acolhe a Assembleia Climática da Juventude Africana 2023. O evento acontece até domingo, vésperas da Semana do Clima em África. 

A cada ano, os participantes abordam a redução das emissões de gases com efeito estufa na região, ao mesmo tempo em que as nações se adaptam aos efeitos da crise climática.

Lideranças e Cimeira Africana sobre o Clima

O secretário-geral, António Guterres, enviou um vídeo à reunião prometendo exortar todos as autoridades a agir. 

O secretário-geral sublinhou que os países africanos “não contribuíram com quase nada para as emissões globais, mas sofrem consequências como calor abrasador, inundações ferozes e secas que causam mortes.”

antónio Guterres pede um novo tom ao pedir mudanças mobilização de amigos, colegas e redes e o uso do evento para impulsionar as conexões
ONU/Mark Garten

 

Guterres fez as declarações no mesmo dia do lançamento de um relatório revelando que crianças do continente estão entre as que correm maior risco de sofrer os impactos das alterações climáticas.

De acordo com o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, os menores de idade são negligenciados pelos principais fluxos de financiamento climático necessários para as ajudar os países a se adaptar, sobreviver e responder à crise climática. 

Guiné-Bissau 

O estudo É hora de agir: crianças africanas sob os holofotes das alterações climáticas, coloca a Guiné-Bissau entre 49 países avaliados com alto risco ou extremamente alto dos impactos das alterações climáticas. 

Os critérios usados incluem a exposição das crianças aos choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade a esses choques baseados no acesso aos serviços essenciais. Entre as nações de maior risco estão República Centro-Africana, Chade, Nigéria, Guiné-Conacri e Somália. 

África como um todo contribui com menos de 3% do total das emissões globais
© OIT/ Marcel Crozet

 

Dirigindo-se aos jovens africanos, o líder da ONU destacou que a humanidade tem o poder de mudar de rumo atual, de que os mais novos foram pioneiros com sua paixão e determinação que impulsionaram grande parte da ação climática.

Guterres falou para o evento com a participação de decisores políticos, líderes empresariais e ativistas ambientais de todo o continente em momento de apelos para o impulso da ação pelo clima. Ele destacou que em muitas partes do mundo, estão mais frequentes fenômenos climáticos extremos e secas prolongadas que levam à escassez de alimentos e à perda de vidas.

Pedidos de apoio financeiro

De acordo com a ONU, África como um todo contribui com menos de 3% do total das emissões globais e espera-se que os líderes intensifiquem os pedidos de apoio financeiro para ajudar o continente a adaptar-se à crise climática.

Uma das necessidades cumprir com US$ 100 mil milhões prometidos por ano para a ação climática é duplicar o financiamento para a adaptação. Ainda para este ano, ele pede que os países operacionalizem o Fundo para Perdas e Danos.

 Guterres pede um novo tom ao pedir mudanças mobilização de amigos, colegas e redes e o uso do evento para impulsionar as conexões e fazer ouvir as vozes dos participantes de forma mais ampla.