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Agências da ONU elogiam promessas de US$ 2,7 bilhões para migrantes e refugiados venezuelanos BR

Brasil: refugiados venezuelanos em Manaus aprendem a como se proteger do covid-19.
Acnur/Felipe Irnaldo
Brasil: refugiados venezuelanos em Manaus aprendem a como se proteger do covid-19.

Agências da ONU elogiam promessas de US$ 2,7 bilhões para migrantes e refugiados venezuelanos

Saúde

Fundos foram acordados em evento organizado por Acnur e OIM na terça-feira; enviado da ONU disse que região oferece “resposta sem precedentes” ao deslocamento com notável solidariedade e hospitalidade.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur,  e a Organização Internacional para as Migrações, OIM, elogiaram a promessa de doadores internacionais em apoio a venezuelanos.

A Conferência Internacional de Doadores em Solidariedade com Refugiados e Migrantes Venezuelanos na América Latina e Caribe arrecadou US$ 2,79 bilhões em ajuda de emergência, incluindo US$ 653 milhões em doações.

Américas

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Indígenas venezuelanos em abrigo em Manaus, norte do Brasil. , by © UNHCR/Felipe Irnaldo

O evento, realizado na terça-feira, pretendia mobilizar ajuda para a que é considerada uma das maiores crises globais de deslocamento, agravada pela Covid-19.

As duas agências coorganizaram a conferência  online, convocada pela União Europeia e Espanha  com o apoio do Canadá e da Noruega.

Mais de 60 nações anunciaram promessas de ajuda para os cerca de 5 milhões de venezuelanos que deixaram o país depois da crise. Cerca de 80% deles vivem em países da América Latina e do Caribe.

Para o representante especial conjunto Acnur e da OIM, Eduardo Stein, as contribuições “farão uma diferença real nas vidas de refugiados e migrantes da Venezuela, que foram extremamente afetados pela pandemia”.

Abrigos

Ele destacou que os países da região deram uma resposta sem precedentes a esse deslocamento, com notável solidariedade e hospitalidade enquanto enfrentavam desafios significativos para as próprias economias e sociedades.

Eduardo Stein lembrou ainda que, nos próximos meses, será crucial manter a liderança e o compromisso demonstrados na conferência em apoio a refugiados, migrantes e seus anfitriões.

Os refugiados e migrantes indígenas venezuelanos da etnia Warao foram transferidos para um espaço seguro em Manaus, Brasil, em meio à pandemia do Covid-19.
Os refugiados e migrantes indígenas venezuelanos da etnia Warao foram transferidos para um espaço seguro em Manaus, Brasil, em meio à pandemia do Covid-19., by © Acnur/Felipe Irnaldo

Os efeitos econômicos e de saúde da pandemia impactaram as nações de acolhimento. Entre os desafios agravados pela Covid-19 estão a perda de renda e dos meios de subsistência para cobrir necessidades básicas diárias. Esses requisitos incluem abrigo, alimentação e assistência médica.

As agências da ONU destacam ainda que muitos venezuelanos correm também o risco de serem expostos à violência, à estigmatização, à exploração e ao abuso de gênero.

Risco

Para Stein, diante da atual emergência mundial da saúde, muitos refugiados e migrantes da Venezuela correm o risco de ficar de fora dos programas de saúde e bem-estar social, especialmente os que vivem em situação irregular.

A conferência acontece seis meses após os compromissos de solidariedade estabelecidos em Bruxelas. A ideia era mobilizar fundos humanitários adicionais para venezuelanos e comunidades que os abrigam.

A conferência também angariou fundos para a integração socioeconômica dos migrantes e venezuelanos nos países de acolhimento.

O Plano lançado em novembro do ano passado incentiva os esforços dos governos regionais para atender as necessidades mais urgentes dos venezuelanos, além de garantir a integração e inclusão de venezuelanos nos sistemas nacionais.

Inquérito apura razões para migrar e necessidades prioritárias no acesso a serviços
Ocha/Gemma Cortes
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