Na Coreia do Sul, Guterres diz que nível de desigualdade no mundo é “inaceitável”
Secretário-geral repetiu pedido de um “new deal” para globalização; António Guterres está no país para participar da abertura dos Jogos Olímpicos de inverno.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse nesta quinta-feira que o nível de desigualdade no mundo é “inaceitável”.
O líder da ONU fez a declaração no Fórum de Engajamento Global e Empoderamento sobre Desenvolvimento Sustentável. O evento ocorre na Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul.
Desigualdades
Guterres afirmou que “hoje as oito pessoas mais ricas do mundo têm a mesma riqueza que a metade mais pobre da população mundial”. E segundo ele, “isto é inaceitável”.
O secretário-geral acredita que esta desigualdade provoca desconfiança nas instituições e pode levar a conflitos em vários países.
Para Guterres, estes factos geram, entre as pessoas, regiões e setores deixados para trás, um aumento da falta de confiança no chamado ‘establishment’ e organizações internacionais, como a ONU.
Durante o discurso, Guterres repetiu o seu pedido de um “new deal” ou um novo acordo para a globalização, que já tinha feito no início do ano, quando apresentou as prioridades para o ano de 2018.
O chefe das Nações Unidas afirmou que a globalização, em conjunto com o progresso tecnológico, permitiu ter um grande aumento de riqueza, de comércio e muitas melhorias para a maioria da população mundial, mas que também aumentou drasticamente as desigualdades.
Olimpíadas
O secretário-geral está na Coreia do Sul para visitar o local onde se realizam os Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang.
O líder da ONU encontrou-se com seu antecessor, o antigo secretário-geral Ban Ki-moon também presente ao encontro.
Como parte da visita, Guterres deslocou-se à Vila Olímpica para conversar com atletas de várias delegações.
Numa mensagem de apelo à Trégua Olímpica, o secretário-geral declarou que estas competições mostram "as melhores conquistas atléticas do mundo" e que "transcendem as diferenças políticas".