ONU encoraja preservação do património cultural sírio e iraquiano
Vice-chefe da organização disse que prática é negação da identidade de futuras gerações; Paris acolhe esta terça-feira a Conferência Internacional sobre a Proteção das Vítimas de Violência Étnica e Religiosa no Médio Oriente.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O vice-secretário-geral da ONU fez esta segunda-feira um "apelo fervoroso" para a preservação do património cultural do Médio Oriente como "uma questão de identidade comum".
Jan Eliasson falava em Paris ao lado da diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Irina Bokova.
Violência
De acordo com o vice-chefe da ONU o que acontece nos territórios ocupados pelo autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, chegou a um ponto em que o mundo precisa reagir de forma mais determinada.
Os dois representantes encontraram-se em vésperas da Conferência Internacional sobre a Proteção das Vítimas de Violência Étnica e Religiosa no Médio Oriente. O ento é organizado pelos Governos da França e da Jordânia, na capital francesa.
Eliasson lembrou que a "destruição do património comum da humanidade é um crime contra toda a humanidade, além de ser uma negação da identidade das gerações futuras".
Destruição
De acordo com a Unesco, a reunião entre Eliasson e Bokova discutiu a "limpeza cultural sistemática que aflige as sociedades na Síria e no Iraque", através da destruição do seu património e do tráfico ilícito.
O encontro abordou a perseguição de comunidades, por motivos religiosos e étnicos, por extremistas violentos e no contexto de uma crescente crise humanitária com milhões de refugiados e de deslocados internos.
Convivência
O vice-secretário-geral da ONU discutiu com a diretora-geral da Unesco as medidas possíveis para conter o aumento do extremismo violento incluindo, com jovens, como reforçar a convivência no terreno em todas as sociedades.
Entre essas medidas estão a educação para uma cidadania global e a melhoria do conhecimento sobre as diferentes culturas e histórias.
Eliasson e Bokova também abordaram as medidas para implementar a resolução do Conselho de Segurança que condena a destruição do património sírio. As ações de proteção envolvem a Unesco e os seus parceiros.
Futuro de Paz
A chefe da Unesco defendeu que o património cultural e a diversidade da região devem ser salvaguardados para um futuro de paz, como parte da identidade de toda a humanidade.
Ela destacou o trabalho da Unesco com os Estados-membros da ONU para aumentar a sensibilização e reforçar a ação através da campanha nas redes sociais #Unite4Heritage.
Bokova assinalou a importância da mobilização da Assembleia Geral refletida na resolução aprovada para "Salvar o Cultural Património do Iraque ", iniciada pela Alemanha e no Iraque com o apoio do vice-secretário-geral.
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