ONU alerta que quase mil pessoas morreram desde setembro na Ucrânia
Relatório do Escritório de Direitos Humanos afirmou que as violações das leis internacionais continuam na região leste do país; alto comissário Zeid Al Hussein disse que mulheres, crianças e minorias sofrem as consequências do impasse político ucraniano.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A ONU alertou que quase mil pessoas foram assassinadas na Ucrânia desde o início do cessar-fogo implementado no início de setembro. A iniciativa faz parte de um esforço para acabar com a violência entre grupos armados rebeldes e o governo.
Segundo relatório divulgado esta quinta-feira pelo Escritório de Direitos Humanos, as violações das leis de direitos humanos e humanitária internacionais continuam ocorrendo na região leste do país.
Mulheres e Crianças
A situação é mais crítica em Donetsk e em Luhansk com a quebra total da lei e da ordem e o surgimento de sistemas de governo paralelo.
O alto comissário da ONU de Direitos Humanos, Zeid Al Hussein disse que “civis, incluindo mulheres, crianças, minorias e uma variedade de indivíduos e grupos vulneráveis continuam sofrendo as consequências do impasse político ucraniano”.
Zeid explicou que com uma média de 13 mortes diárias causadas por confrontos ou bombardeios, o respeito pelo cessar-fogo na região foi “na melhor das hipóteses esporádico”.
Tortura e Execuções
O relatório do Escritório de Direitos Humanos foi o sétimo preparado sobre a situação no país. Entre setembro e novembro deste ano, o número de ucranianos que fugiram da área de conflito aumentou de 275 mil para quase 467 mil.
O documento cita abusos dos direitos humanos cometidos por grupos armados que incluem tortura, prisão arbitrária, execuções sumárias, trabalho forçado e violência sexual.
Ao mesmo tempo, existem alegações sobre o uso de bombas de fragmentação tanto em áreas urbanas como rurais. Os especialistas pediram uma investigação urgente e completa sobre todas as acusações, como também sobre as violações das leis internacionais.
O alto comissário da ONU afirmou que “todas as partes precisam fazer um esforço muito maior para resolver a crise de forma pacífica e de acordo com as leis e normas internacionais de direitos humanos”.