Mais de 100 mil pessoas deslocadas na Líbia nas últimas três semanas
Confrontos entre grupos rivais intensificam-se em várias zonas da Líbia; 287 mil pessoas teriam sido obrigadas a fugir de suas casas em 29 cidades e vilarejos no interior do país.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, fez um alerta sobre a situação dos deslocados internos pelo conflito na Líbia.
De acordo com o Acnur, mais de 100 mil pessoas ficaram deslocadas nas últimas três semanas, a maioria no interior do país.
Grupos armados
Os confrontos entre grupos armados e rivais estão a intensificar-se ainda mais. Estima-se que o total de deslocados seja agora de 287 mil pessoas.
A agência da ONU informa que faltam alimentos, serviços de saúde e abrigo para o inverno que se aproxima. A situação de segurança também agrava-se pondo em risco a resposta humanitária de agências da ONU e parceiros.
Um outro problema é a falta de verbas para a compra de suprimentos para as vítimas do conflito. A principal área de deslocamento tem sido ao redor de Warshefana, que fica perto de Trípoli.
Benina e Benghazi continuam a ser as regiões mais afetadas pelos combates.
Abrigos temporários
Cerca de 15 mil pessoas estão sem abrigos ao redor de Benghazi. Os deslocados que não puderam ser recebidos por familiares e amigos tiveram que refugiar-se em escolas, parques e outros locais transformados, com urgência, em abrigos temporários.
O Acnur informou que o principal hospital da Líbia registou um aumento de 30 por cento nos casos de emergência, mas o local não tem equipamentos médicos e remédios para tratar de doenças como pressão arterial e diabetes. O Acnur e uma agência parceira enviaram o primeiro comboio de ajuda a 12 mil pessoas no oeste da Líbia em agosto.
*Apresentação: Denise Costa.