Angola: FMI elogia decisões para crescimento não baseado no petróleo
Setor não-petrolífero angolano foi afetado pela lenta recuperação da indústria agrícola; órgão adverte para impacto do aumento de gastos do governo angolano sobre a taxa de juro.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Fundo Monetário Internacional, FMI, prevê um crescimento da economia angolana na ordem dos 5,3% para este ano.
Em nota, o órgão realça o investimento público na infraestrutura com a criação de oportunidades para uma expansão não baseada na indústria do petróleo. A expectativa é que o resultado seja a aceleração gradual do ritmo da atividade económica.
Crescimento
Em 2013, o crescimento da economia baixou para 4,1%, comparativamente aos 5,2% de 2012.
A expansão do setor não-petrolífero angolano sofreu pressão devido à lenta recuperação da indústria agrícola. O motivo foi a seca que afetou grande parte do país, há dois anos.
Medidas
O FMI destaca ainda a introdução de medidas para abordar os recorrentes atrasos nacionais, aliadas aos esforços de capacitação institucional no país.
O destaque foi dado ao novo regime cambial angolano para o setor petrolífero por ajudar a aprofundar os mercados financeiros do país no processo de desdolarização.
Despesas
Foi também mencionada a criação do Fundo Soberano de Angola, a ser financiado por parte dos rendimentos antes atribuídos ao Fundo de Petróleo e de Infraestrutura. Prevê-se que uma parte dos recursos será investida em projetos que apoiem o crescimento e reduzam os nós de estrangulamento.
Também mereceram destaque o novo pacote legislativo que define legalmente os pagamentos em atraso e uma nova norma que exige a assinatura do Ministério das Finanças para autorizar despesas nos investimentos.
Reformas
Espera-se que os esforços para aliviar as lacunas de infraestrutura, melhorar o ambiente de negócios e reformar o setor financeiro continuem a apoiar a diversificação e o crescimento não baseado no petróleo.
Mas o FMI adverte que um rápido aumento de gastos do governo angolano em 2014 poderá contribuir para pressionar novamente os preços e limitar a possibilidade de novas reduções da taxa de juros.
*Apresentação: Denise Costa.