República Centro-Africana: Ban quer alerta de líderes sobre responsabilização
Secretário-Geral pede reconciliação e fala de desconfiança entre cristãos e muçulmanos; chefes de Estado da região reuniram-se, esta quinta-feira, no Chade.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
As Nações Unidas pediram aos líderes dos países da África Central que enviem uma mensagem aos criminosos da República Centro-Africana de que serão responsabilizados pelos seus atos.
O Secretário-Geral, Ban Ki-moon, disse que a situação da segurança no país deteriorou gravemente nas últimas semanas, em mensagem para a Conferência da Comunidade Económica dos Estados da África Central, Ceeac. O evento de chefes de Estado da região foi realizado, esta quinta-feira, no Chade.
Transição
Para Ban, o ciclo de violência e de retaliação entre muçulmanos e cristãos deve parar imediatamente. Conforme explicou, o período de transição deve ser usado para estabelecer uma base sólida para uma estabilidade a longo prazo no país.
Na mensagem lida pelo enviado especial do Secretário-Geral para o país, Babacar Gaye, o nível de violência na região atingiu é considerado sem precedentes. O documento refere que os incidentes do ano passado causaram um dano profundo nas relações entre muçulmanos e cristãos.
Esforços
Segundo Ban, “a desconfiança é alta e a violência fomentou o ódio e a sede de vingança.” A necessidade de priorizar os esforços de reconciliação é referida pelo secretário-geral.
O pronunciamento destaca também a participação das forças da Missão de Apoio Internacional para o país africano, Misca, e da operação Sangaris, comandada pela França. Ban referiu que a ação das forças evitou que a situação no país piorasse ainda mais.
O chefe da ONU alertou também para a situação humanitária. Ban afirmou que quase metade da população centro-africana precisa de assistência e 20% abandonou as suas casas devido à violência.
*Apresentação: Eleutério Guevane.