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Crianças afegãs estão cada vez mais em risco de não ter saúde e educação

Crianças afegãs estão cada vez mais em risco de não ter saúde e educação

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Relatório do Unicef e da Unama documenta violência relacionada ao conflito, ameaças e intimidação que prejudicam as chances dos menores terem acesso aos serviços; só em 2015, 20 trabalhadores de saúde foram mortos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A violência relacionada ao conflito no Afeganistão atingiu diretamente funcionários dos setores da educação e da saúde, reduzindo a disponibilidade desses serviços para as crianças do país.

Um relatório lançado esta segunda-feira pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e pela Missão de Assistência da ONU no Afeganistão, Unama, traz dados que preocupam as Nações Unidas.

Incidentes

O documento cobre os últimos três anos, com dados desde 1 de janeiro de 2013 até 31 de dezembro de 2015. Somente no ano passado, Unama e Unicef registraram 125 incidentes na área da saúde, comparados com 59 em 2014.

Em 2015, 20 trabalhadores de saúde foram assassinados, 43 feridos e 66 sequestrados. No setor da educação, 11 profissionais foram mortos, 15 feridos e 49 raptados.

Houve aumento de 182% das ameaças e intimidações em 2015, na comparação com o ano anterior. Esses incidentes incluem ameaças de morte, ataques contra profissionais de saúde e educação, fechamento de escolas, cartas proibindo que as crianças frequentem a escola, especialmente meninas, e extorsão.

Restrições

O relatório menciona também explosivos improvisados detonados perto de escolas e de clínicas, causando mortes. Quase 370 escolas foram fechadas no ano passado, afetando 139 mil estudantes e 600 professores.

O Unicef e a Unama notam em particular a vulnerabilidade das meninas afegãs, devido aos ataques e ameaças feitos para restringir o acesso delas à educação.

O relatório apresenta várias recomendações para os lados em conflito, com o objetivo de garantir que as crianças do Afeganistão tenham acesso livre aos serviços de saúde e de educação.

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Khalesa, de três anos, e sua mãe no norte do Afeganistão. Foto: Unicef/Zalmai Ashna