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Em Ghouta, na Síria, crianças estão sem assistência médica e sem escolas

Em Ghouta, na Síria, crianças estão sem assistência médica e sem escolas

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Unicef alerta que cerca de 400 mil civis que vivem no local estão sem receber assistência humanitária desde 2013; falta de atendimento causou morte de cinco crianças recentemente.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.*

Pelo menos cinco crianças morreram recentemente na cidade síria de Ghouta por não terem recebido tratamento médico a tempo, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Mais de 130 menores de idade precisam ser retirados com urgência do leste da cidade por precisarem de assistência. A região fica a 10 km da capital Damasco, e é ainda uma das áreas do país que estão sob cerco. O leste de Ghouta abriga 400 mil pessoas que estão sem receber ajuda humanitária desde 2013.

Desnutrição severa

As crianças, entre sete meses e 17 anos, precisam de ajuda imediata por sofrerem de condições como falha nos rins, desnutrição severas ou ferimentos causados durante o conflito.

A agência da ONU afirma que um menino de dois anos está tão desnutrido que seu braço foi descrito como da espessura de um dedo. Os trabalhadores de saúde do Unicef explicam que as condições no leste de Ghouta estão entre as piores desde o início do conflito sírio, em 2011.

Sofrimento

O representante do Unicef na Síria, Fran Equiza, declarou que “milhares de crianças estão sofrendo em silêncio” com a intensificação da violência na cidade.

Segundo ele, a situação piora a cada dia, com o colapso do sistema de saúde e de escolas que já estão fechadas há um mês. Equiza destaca que as crianças que estão doentes precisam desesperadamente ser retiradas de Ghouta, sendo que “milhares de outras não estão tendo a chance de uma infância normal e pacífica”.

O representante pede o fim da violência, uma vez que as crianças “estão vivendo em meio a tanto horror”. O Unicef pede acesso incondicional para que todos os menores sírios possam receber assistência humanitária e apela às partes em conflito para permitirem que doentes e feridos possam ser retirados da cidade imediatamente.

*Apresentação: Monica Grayley.

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Famílias evacuadas do leste de Ghouta, na Síria, em abrigo coletivo de Dahit Qudsayya. Foto: Ocha/Josephine Guerrero