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ONU diz que corte dos EUA ao Unfpa pode afetar meninas e mulheres

ONU diz que corte dos EUA ao Unfpa pode afetar meninas e mulheres

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Agência e secretário-geral das Nações Unidas emitiram comunicados; Unfpa “considera errada a informação de que apoia ou participa na promoção de abortos ou esterilização involuntária na China”; secretário-geral preocupado com impactos da decisão na saúde feminina beneficiada pelos projetos.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

O secretário-geral da ONU acredita que a decisão dos Estados Unidos de suspender o financiamento a programas de saúde reprodutiva baseou-se numa “percepção falsa sobre a natureza e a importância do trabalho do Unfpa”.

António Guterres alerta que o corte pode ter “efeitos arrasadores na saúde de mulheres e meninas vulneráveis” no mundo. O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, também lamentou a decisão do governo norte-americano de realizar o corte.

Valores

Em comunicado, divulgado nesta terça-feira, o Unfpa declarou que a medida foi baseada  numa “afirmação errônea” de que apoiaria abortos ou esterilização involuntária na China.

No ano passado, os Estados Unidos doaram US$ 69 milhões à agência. O secretário-geral da ONU apela a outros países para continuarem suas doações durante este período difícil.

Crises

O Unfpa  revela que sua missão é garantir que cada gravidez seja desejada, cada parto seja seguro e cada jovem tenha um potencial brilhante.

A agência destaca que as contribuições antes recebidas dos Estados Unidos salvaram dezenas de milhares de mães de mortes e incapacidades evitáveis, especialmente com o rápido progresso de crises humanitárias globais.

No comunicado, o Unfpa explica que o seu trabalho promove os direitos humanos de indivíduos e casais para que estes “tomem decisões próprias, livres de coerção ou discriminação”.

Fundadores

A agência defende que os Estados-membros veem a sua ação na China como “uma força para o bem”.

O comunicado realça que os Estados Unidos são parte dos membros fundadores do Fundo, com uma longa parceria que visa proteger e promover a saúde reprodutiva e os direitos femininos estimulando assim a saúde da beneficiárias e suas famílias.

As contribuições norte-americanas apoiavam o combate à violência de gênero, além da redução de mortes maternas em ambientes mais frágeis, áreas de conflito e de desastres naturais em países como Iraque, Nepal, Sudão, Síria, Filipinas, Ucrânia e Iêmen.

A agência reiterou a vontade de continuar a trabalhar com os Estados Unidos para  responder a essas preocupações globais e restaurar a forte parceria para salvar vidas de mulheres e meninas em todo o mundo.

*Apresentação: Leda Letra.

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Mãe e filho em Burkina Fasso. Foto: ONU/Evan Schneider