Grupo deverá apurar alegações de violações e abusos cometidos especialmente no estado de Rakhine; órgão é composto de 47 países incluindo Brasil e Portugal.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Uma missão internacional deve ser enviada a Mianmar para apurar alegações de abusos dos direitos humanos no estado de Rakhine.

A decisão foi anunciada pelo Conselho de Direitos Humanos na manhã desta sexta-feira, em Genebra. As violações teriam sido cometidas pelas forças militares e de segurança.

Urgência

A resolução sobre a situação dos direitos humanos no país asiático foi adotada sem votação. O mandato do relator especial foi renovado por mais um ano. Já a comissão será enviada, em caráter de urgência. O grupo deve ser nomeado pelo presidente do Conselho de Direitos Humanos.

O órgão, composto de 47 países, incluindo Brasil e Portugal, pediu ao governo birmanês para continuar ações para eliminar a apatridia e a discriminação sistemática e institucionalizada contra membros de minorias étnicas e religiosas.

O apelo foi feito especialmente sobre a minoria islâmica Rohingya, que vive no estado de Rakhine.

Identidade

Em fevereiro, o conselheiro especial das Nações Unidas sobre Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, afirmou que a violência contra a comunidade Rohingya, chegou a um nível de crueldade que é "revoltante e inaceitável".

O conselheiro da ONU declarou que "se as pessoas estão sendo perseguidas com base na sua identidade e mortas, torturadas ou estupradas de uma forma generalizada, isso pode representar crimes contra a humanidade".

O conselheiro pediu ao governo de Mianmar que a investigação seja feita por um grupo realmente imparcial e independente que inclua a participação de observadores internacionais.