ONU diz que “a paz no Iêmen é prioridade”
Declaração foi feita pelo enviado especial do secretário-geral para o país, Ismail Ould Cheikh Ahmed; ele afirmou que o fim das negociações realizadas no Kuwait “traiu as expectativas de milhões de iemenitas”.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O enviado especial do secretário-geral da ONU, Ismail Ould Cheikh Ahmed, afirmou que “a paz no Iêmen é prioridade” e que o “fim das negociações de paz no Kuwait sem um acordo traiu as expectativas de milhões de iemenitas”.
Em pronunciamento no Conselho de Segurança, esta quarta-feira, Ould Cheikh Ahmed disse que “a população esperava que as conversações levariam ao fim do conflito e abririam o caminho para a volta do país a uma transição política pacífica”.
Fracassar
Ele falou que as “Nações Unidas não fracassaram e não vão fracassar no Iêmen e que os líderes iemenitas não devem decepcionar a população”.
Segundo o enviado especial, o fim das conversações foi seguido pelo rompimento da cessação das hostilidades e por uma escalada perigosa das atividades militares.
Ele declarou que “a retomada eficaz das conversações de paz só será possível se todas as partes mantiverem o compromisso de negociar um acordo e evitar ações unilaterais”.
Várias operações e confrontos militares foram registrados nas últimas semanas em Sanaa, a capital do Iêmen, e em Taiz, Al Jawf, Shabwa e Mareb.
Leis Internacionais
Foram usados mísseis balísticos nos ataques aéreos e artilharia que resultaram em dezenas de mortes, destruição e em mais deslocamentos da população civil.
Ould Cheikh Ahmed afirmou que foram registradas também várias violações das leis internacionais de direitos humanos e humanitária.
Ele pediu a todos os grupos envolvidos no conflito que respeitem as leis para proteger os civis e a infraestrutura do país.
Al Qaeda e Isil
O representante do secretário-geral disse aos membros do Conselho de Segurança que “a escalada militar vai continuar fornecendo oportunidades para a propagação dos grupos terroristas”.
Segundo ele, as redes terroristas Al Qaeda e Isil continuam causando estragos em partes significativas do país, como por exemplo o atentado suicida em Áden, que matou e feriu dezenas de iemenitas nesta segunda-feira.
Ould Cheikh Ahmed pediu ajuda internacional para pagar salários do funcionalismo público e no envio de assistência humanitária. O número de deslocados internos passou de 3 milhões e o preço dos alimentos registraram uma alta de 60% desde o início da crise.
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