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Plataforma de inteligência artificial deve proteger defensores de direitos humanos

 Parceria da ONU com empresa privada Dataminr servirá para detectar ataques contra ativistas e monitorar ameaças e riscos; especialista da ONU diz que processo de acompanhamento precisava ser automatizado.
© UNICEF/Herwig
Parceria da ONU com empresa privada Dataminr servirá para detectar ataques contra ativistas e monitorar ameaças e riscos; especialista da ONU diz que processo de acompanhamento precisava ser automatizado.

Plataforma de inteligência artificial deve proteger defensores de direitos humanos

Direitos humanos

Parceria da ONU com empresa privada Dataminr servirá para detectar ataques contra ativistas e monitorar ameaças e riscos; especialista da ONU diz que processo de acompanhamento precisava ser automatizado.

O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a empresa digital de dados Dataminr lançaram uma iniciativa para identificar ataques contra defensores de direitos humanos e proteger trabalhadores do setor.

A parceria, que utiliza inteligência artificial, quer monitorar riscos e ameaças a ativistas, jornalistas, advogados e trabalhadores na área de direitos humanos.

De acordo com a Unidade de Indicadores e Dados do Escritório de Direitos Humanos, existe um interesse maior na utilização de dados para não somente acompanhar, mas reportar as ameaças a quem se dedica à defesa dos direitos humanos em todo o globo.
ONU/Laura Quinones
De acordo com a Unidade de Indicadores e Dados do Escritório de Direitos Humanos, existe um interesse maior na utilização de dados para não somente acompanhar, mas reportar as ameaças a quem se dedica à defesa dos direitos humanos em todo o globo.

Informações contraditórias

De acordo com a Unidade de Indicadores e Dados do Escritório de Direitos Humanos, existe um interesse maior na utilização de dados para não somente acompanhar, mas reportar as ameaças a quem se dedica à defesa dos direitos humanos em todo o globo.

Antes da parceria, a coleta de dados sobre ameaças e ataques aos profissionais do setor era um grande desafio. Sem informações, não é possível compilar relatórios e documentar os riscos enfrentados pelos defensores.

O estatístico da agência da ONU, Marc Titus Cebreros, contou que documentos públicos, às vezes, podem ser confusos. Ele citou exemplos de artigos sobre o mesmo ataque e que ilustram dados e informações contraditórias.

Com o Escritório de Direitos Humanos, a cooperação já existe desde abril passado, que resultou na construção do modelo para capturar ameaças contra os defensores de direitos humanos mobilizando políticas proativas de proteção e uma resposta rápida.
ONU/Elizabeth Scaffidi
Com o Escritório de Direitos Humanos, a cooperação já existe desde abril passado, que resultou na construção do modelo para capturar ameaças contra os defensores de direitos humanos mobilizando políticas proativas de proteção e uma resposta rápida.

Iniciativa de inovação do secretário-geral

Cebreros e interlocutores costumam se guiar por monitoramento no campo, reportagens da imprensa e até buscas no Google sobre nomes, incidentes e outras informações. Mas para ele, este não pode ser um trabalho manual devido à quantidade de incidentes como assassinatos, sequestros, ameaças e outras ações.

A parceria com a empresa Dataminr, que detecta riscos e sinais de eventos que podem se tornar uma ameaça, também utiliza dados públicos à disposição na internet. E a colaboração tem sido testada, há alguns anos, desde uma outra iniciativa do secretário-geral António Guterres sobre inovação.

Com o Escritório de Direitos Humanos, a cooperação já existe desde abril passado, que resultou na construção do modelo para capturar ameaças contra os defensores de direitos humanos mobilizando políticas proativas de proteção e uma resposta rápida.

Para a empresa, os passos mais cruciais foram a coleta e utilização de dados no treinamento com o modelo de inteligência artificial que se baseou em 10 categorias de artigos e notícias de canais de mídia online.
Unsplash/Possessed Photography
Para a empresa, os passos mais cruciais foram a coleta e utilização de dados no treinamento com o modelo de inteligência artificial que se baseou em 10 categorias de artigos e notícias de canais de mídia online.

Máquinas não têm capacidade de raciocínio dos humanos

Para a empresa, os passos mais cruciais foram a coleta e utilização de dados no treinamento com o modelo de inteligência artificial que se baseou em 10 categorias de artigos e notícias de canais de mídia online.

Nessa plataforma, os profissionais vão aprendendo a categorizar os incidentes, os locais, se os autores são um agente do Estado ou não e outros detalhes.

A Dataminr lembra que os modelos de inteligência artificial precisam aprender com os exemplos assim como os seres humanos. Mas como as máquinas não têm a capacidade de raciocínio que uma pessoa tem, é necessário obter o maior número de dados necessários para completar a tarefa.

O primeiro manuscrito documenta todos os processos, passos e instruções da coleta de dados e do modelo de treinamento. O segundo é um repositório que inclui os dados, preparação e processamento dos scripts e avaliação da informação.

O objetivo é melhorar a proteção dos que atuam na defesa dos direitos humanos e evitar riscos fatais.