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Novos subsídios apoiam conservação e restauração de habitats marinhos  BR

Corais podem apoiar atividades econômicas, como pesca
Coral Reef Image Bank/Rick Miski
Corais podem apoiar atividades econômicas, como pesca

Novos subsídios apoiam conservação e restauração de habitats marinhos 

Clima e Meio Ambiente

Iniciativas que protegem recifes de coral, manguezais e ervas marinhas podem receber até US$ 80 mil; cinco projetos, do Quênia à Malásia, já foram apoiados; oportunidade está aberta para governos, organizações não-governamentais e grupos comunitários.  

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e a Iniciativa Internacional de Recifes de Coral, Icri, lançaram um programa de doações que fornecerá até US$ 80 mil a projetos que apoiem ​​a conservação de habitats marinhos. 

O projeto se destina a recifes de coral, manguezais e ervas marinhas, três habitats que estão sob a ameaça da mudança climática, desenvolvimento costeiro e poluição. 

Objetivos  

Estes ecossistemas são cruciais para a vida acima e abaixo da água, acolhendo peixes, armazenando carbono e protegendo comunidades costeiras de tempestades. 

Expectativas de um acordo em relação ao novo tratado sobre oceanos também movimentam a comunidade científica
Kadir van Lohuizen/NOOR/ONU Meio Ambiente
Expectativas de um acordo em relação ao novo tratado sobre oceanos também movimentam a comunidade científica

Em comunicado, o responsável do programa no Pnuma, Gabriel Grimsditch, disse que “as doações se concentrarão em iniciativas que levem à gestão sustentável e proteção de ecossistemas marinhos e costeiros vulneráveis.” 

Em muitas partes do mundo, os habitats marinhos estão sendo ameaçados. Nos últimos 30 anos, o planeta perdeu até 50% de seus recifes de coral. Muitos desses ecossistemas, ricos em vida selvagem, permanecem sob a ameaça da mudança climática. 

Projetos 

Os novos subsídios se baseiam em uma iniciativa lançada pelo Pnuma em 2017, o Programa de Pequenos Subsídios. Até o momento, cinco projetos receberam subsídios de até US$ 60 mil.  

O primeiro projeto, na Malásia, desenvolveu informação espacial para definir vulnerabilidade às mudanças climáticas. A informação foi depois incorporada no planejamento de conservação para os estados de Sabah e Terengganu. 

O segundo projeto apoiou a conservação do Recife Mesoamericano, que inclui partes do Belize, Guatemala, Honduras e México. A iniciativa ajudou na recuperação de coral após os danos causados por um furacão. 

A acidificação ameaça os corais de todo o mundo.
Dia Mundial dos Oceanos/Gaby Barathieu
A acidificação ameaça os corais de todo o mundo.

Corais

O terceiro projeto aproveitou o potencial de mitigação das mudanças climáticas dos ecossistemas de mangue no Quênia. A sua construção também recebeu financiamento do mercado voluntário de carbono.  

A quarta iniciativa foi desenvolvida no sistema de corais da Nova Caledônia, que é distinguido pela Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco. Usando uma nova metodologia para identificar as prioridades de conservação, o projeto se concentrou no combate ao branqueamento dos corais.  

O último projeto apoiou a formação de profissionais para gerir recifes de coral, tapetes de ervas marinhas, manguezais e praias em áreas protegidas do Oceano Índico ocidental. 

Décadas da ONU 

A iniciativa é lançada durante a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas, que acontece entre 2021 e 2030. O objetivo é reparar ecossistemas degradados em um esforço para combater as mudanças climáticas, aumentar a segurança alimentar e preservar a biodiversidade. 

Ao mesmo tempo, acontece a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que visa garantir que a ciência dos oceanos apoie ações nacionais e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. 

A iniciativa está aberta para projetos de governos, organizações não governamentais e grupos comunitários em países em desenvolvimento, países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento.