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Nações Unidas buscam US$ 1 bilhão para fundo que atua em emergências

Iniciativa atribui valores que devem ser aplicados em áreas como análise rápida, tomada de decisões e implementação de atividades essenciais
© Unicef/Mihalis Gripiotis
Iniciativa atribui valores que devem ser aplicados em áreas como análise rápida, tomada de decisões e implementação de atividades essenciais

Nações Unidas buscam US$ 1 bilhão para fundo que atua em emergências

Ajuda humanitária

Evento em Nova Iorque ressalta necessidade de pronta resposta às crises; Moçambique apresentou experiência de aplicação dos valores recebidos para desastres e epidemias. 

As Nações Unidas precisam de apoio internacional para que o Fundo Central de Resposta a Emergências, Cerf, possa atingir a meta de US$ 1 bilhão que foi definida há sete anos.

Em Nova Iorque, o secretário-geral, António Guterres, ressaltou a importância da iniciativa para mobilizar recursos de uma forma rápida e estratégica para crises globais.

Desastres em Moçambique 

A sede da organização acolheu o evento anual de doadores do Cerf com a participação de líderes e doadores. A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, esteve entre os panelistas e abordou a aplicação dos valores recebidos pelas autoridades locais. 

No total, a iniciativa alocou US$ 122 milhões para impulsionar a ação humanitária em emergências no país africano desde sua criação. Moçambique teve mais de um terço dos 600 mortos pelo ciclone Freddy que este ano afetou a África Austral.

Crianças brincam durante uma visita do Unicef ao Campo de Deslocados de Kapeni em Blantyre, Maláui, na sequência do ciclone Freddy.
Unicef/ Maláui

 

Para responder à situação e a um surto de cólera que matou mais de 130 pessoas, o governo moçambicano recebeu um total de US$ 19 milhões para serem usados em 2023.

Guterres disse que, a cada ano, o Cerf se destaca pelo seu “papel único e insubstituível” ao conseguir financiamento de uma forma rápida e a favor de pessoas que estão enfrentando crises.

Sudão e Faixa de Gaza 

Milhões de dólares foram alocados para as vítimas de crises como o conflito no Sudão, que iniciou em meados de abril, e na Faixa de Gaza, em outubro.

Em 2023, a iniciativa também apoiou a resposta aos terremotos em países como Afeganistão, Síria e Turquia. Fundos também foram atribuídos às vítimas de inundações em Bangladesh, da violência e do deslocamento em Burquina Faso, da seca no Djibuti e da crise de violência de gangues no Haiti.

A Assembleia Geral criou o Cerf em 2006 para permitir uma resposta humanitária célere e eficaz às crises, fornecendo resposta urgente aos afetados. 

Chefe humanitário apontou a importância de se continuar a desempenhar um papel essencial com o fundo
© FAO/Fahad Kaizer

 

A iniciativa atribui valores que devem ser aplicados em áreas como análise rápida, tomada de decisões e implementação de atividades essenciais, além de proteção às comunidades vulneráveis.

Tempos de grande crise

Guterres destacou ainda a aplicação dos fundos para a eficácia da ação climática permitindo mais recursos para o enfrentamento de catástrofes. Ele pediu que os doadores apresentem compromissos financeiros que satisfaçam a escala das necessidades. 

O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários destacou o impacto do Cerf para salvar vidas. Martin Griffiths apontou a importância de se continuar a desempenhar um papel essencial com o fundo.

Griffiths reiterou a prioridade de atuar em momentos de grandes crises, proporcionando “ o primeiro gesto de benevolência e respeito pelas pessoas que foram abatidas e arrasadas” por essas situações.