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Guterres elogia foco do Brasil em governança global no comando do G20

Secretário-geral da ONU, António Guterres, participa na Cúpula Virtual do G20
ONU/Mark Garten
Secretário-geral da ONU, António Guterres, participa na Cúpula Virtual do G20

Guterres elogia foco do Brasil em governança global no comando do G20

Desenvolvimento econômico

Secretário-geral pediu justiça financeira, estrutural e do clima em cúpula virtual do bloco das 20 maiores economias do planeta; chefe da ONU pede que integrantes produzam resultado ambicioso, credível e justo para limitar aumento de temperatura a menos de 1,5º C.

O secretário-geral discursou esta quarta-feira em Cúpula Virtual do grupo das 20 maiores economias do mundo, o G20. António Guterres descreveu uma realidade marcada por desigualdades crescentes, caos climático, conflitos e fome.

Guterres enfatizou que o espaço fiscal está  diminuindo, com altas nos encargos de dívida e nos preços. Ele advertiu que estes fatores geram uma “receita para instabilidade e sofrimento globais”.

Reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento

Ao pedir justiça estrutural, o chefe da ONU citou o foco da presidência brasileira na reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento e na liderança global em relação ao tema. Desde setembro, o Brasil está à frente do G20. 

Guterres pediu prioridade à justiça financeira ao falar da criação de um Grupo de Líderes para seguir a implementação do Estímulo dos ODS. A meta é permitir um pacote de mais US$ 500 bilhões para ações de desenvolvimento em longo prazo.

Para o secretário-geral, o mundo também precisa de justiça climática. Com a aproximação da COP28, ele solicita ao G20 que apresente “um resultado ambicioso, crível e justo” para manter a meta de aquecimento de 1,5º C em comparação aos níveis industriais.

Fundo de perdas e danos

Guterres pediu ainda que o bloco implemente o fundo de perdas e danos antecipando e cumprindo suas promessas de apoio financeiro.

Outras recomendações foram triplicar a capacidade das energias renováveis, duplicar a eficiência energética e garantir que a energia limpa chegue para todos até 2030. O secretário-geral defendeu ainda a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, com um calendário claro em linha com o limite de 1,5º C.