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FAO aposta em tecnologia digital para transformar sistemas de alimentação BR

Tecnologias podem ajudar a utilizar os solos de forma mais sustentável
FAO/Tanzania
Tecnologias podem ajudar a utilizar os solos de forma mais sustentável

FAO aposta em tecnologia digital para transformar sistemas de alimentação

Desenvolvimento econômico

Chefe da agência, Qu Dongyu, pediu mais cobertura online para países em desenvolvimento durante encontro de ministros de Economia Digital do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, que inclui o Brasil. 

Uma mudança radical em sistemas agroalimentares em todo o mundo só será possível com o fim do chamado fosso digital, a discrepância no acesso à internet entre países em desenvolvimento e desenvolvidos.   

Essa é a opinião do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Qu Dongyu.   

Meta é evitar fosso digital
Unicef/UNI322644/Haro
Meta é evitar fosso digital

Relatório 

Ele discursou no encontro dos Ministros de Economia Digital do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo que conta com o Brasil.  

 Ali, ele pediu a expansão da tecnologia de informação especialmente em áreas rurais. 

Para o chefe da FAO, a medida vai ajudar os pequenos agricultores em seus negócios. 

Qu lembrou que as camponesas e produtoras rurais são as mais prejudicadas pelas desigualdades no acesso à internet.   

E embora a conectividade tenha melhorado, o fosso digital persiste entre áreas urbanas e o campo.   

Um relatório da União Internacional de Telecomunicações, UIT, revela que no final de 2019, apenas 51% da população global, ou 4 bilhões, usavam a internet.   

A Comissão de Banda Larga, por exemplo, estima que US$ 428 bilhões de investimentos são necessários para garantir que todos tenham acesso digital até 2030.   

Mulheres que pertencem a cooperativa de agricultores, no Quênia, apanham feijão
FAO/Luis Tato
Mulheres que pertencem a cooperativa de agricultores, no Quênia, apanham feijão

Custo 

 A FAO afirma que o imenso custo da brecha digital não pode ser arcado de forma coletiva. A pandemia da Covid-19 tornou claro que mais do que nunca é preciso estar online para ter inclusão social.  

Qu Dongyu refirmou o compromisso da agência para melhor os meios de produção de alimentos e da agricultura.   

Para ele, é necessário transformar os sistemas com tecnologias digitais para alcançar melhores níveis de nutrição, um ambiente mais saudável e uma vida melhor para todos sem deixar ninguém para trás.   

Representante do eBay participa do diálogo
Foto: ITU/G. Anderson
Representante do eBay participa do diálogo

Previsões 

O chefe da FAO contou que a agência está acelerando o uso de novas tecnologias para transformar o mundo rural.   

Uma das iniciativas, a Vilarejos Digitais, ajuda a converter mil localidades ao redor do mundo em conglomerados digitais.    

Com isso, é possível realizar previsões do clima mais segurar e inteligentes e melhorar o acesso dos agricultores aos serviços financeiros, proteção social e empregos.   

As mudanças também permitirão mais assistência aos profissionais rurais como serviços de saúde, educação, previdência e até de turismo rural.   

Em julho de 2020, a FAO lançou uma plataforma geoespacial para criar dados interativos e oportunidades no setor agroalimentar que também levem a investimentos.