Cúpula Global de Segurança Alimentar quer que tema seja destaque na COP28
Ajuda humanitária
Vice-secretária-geral da ONU pede recursos para implementar ações que garantam alimentos; chefe da OMS alerta sobre casos de desnutrição infantil; uma em cada 15 pessoas em todo o mundo é severamente debilitada devido à falta de alimentos.
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, pediu mais ação por quase 1 bilhão de pessoas na Cúpula Global de Segurança Alimentar em Londres.
A questão merecerá atenção em uma sessão de alto nível da 28ª Cúpula das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, COP28, que acontecerá entre de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
Situação de insegurança alimentar complexa
Ao discursar na segunda-feira na capital do Reino Unido, Amina Mohammed, disse aos participantes que a situação global de insegurança alimentar é complexa e exige soluções diante de “estatísticas alarmantes”.
Para ela, apesar de já serem conhecidos os transtornos sobre a questão, o mundo tem consciência das soluções em favor da segurança alimentar e tem discutido cada vez mais nos últimos dois anos com a situação agravada pela invasão da Rússia à Ucrânia.
A vice-chefe da ONU pediu que os países encontrem recursos para implementar essas saídas. Ela defendeu que durante na próxima COP28, os líderes tenham mais acesso às atualizações sobre temas indispensáveis como clima e campos específicos como adaptação, mitigação e financiamento.
Jovens com pouca esperança
A representante lembrou que a população global vem crescendo e muitas pessoas são deixadas para trás por fatores preocupantes como conflitos, suas causas e migrações. Ela assinalou a falta de esperança dos jovens que “podem ser facilmente distraídos e canalizados” a várias áreas fora de suas aspirações.
Para Amina Mohammed, as crianças devem estar no topo das ações em favor da segurança alimentar. Ela disse ainda que cabe às populações fazer um chamado à ação em nível dos países.
No evento, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, destacou que em nações em desenvolvimento falta auxílio essencial para melhorar a resposta do setor aos efeitos da insegurança alimentar.
Cerca de dois terços de grávidas têm acesso a cuidados essenciais durante a gestação, mas somente a metade delas recebe suplementos como ferro e ácido fólico.
Para ele, a integração destas intervenções no setor deve priorizar o aumento de especialistas em nutrição. Para a OMS, cada dólar investido na nutrição gera um retorno de US$ 16.
Crianças com subnutrição
O chefe da OMS considera intolerável a ideia de que crianças sofrem subnutrição. Pelo menos 23 países implementam uma iniciativa global sobre o raquitismo.
O diretor-geral declarou que nenhum menor de idade deveria ir para a cama com fome, uma realidade presente em um mundo em que uma em cada 15 pessoas é severamente debilitada.
Tedros pediu o reforço dos serviços de saúde integrando os esforços em favor de nutrição como parte das iniciativas para promover a cobertura universal.
Entre as medidas sugeridas estão o aumento do investimento para países mais necessitados e a transformação de sistemas alimentares, modificando a forma como a comida é produzida, distribuída e consumida.
A Assembleia Mundial da Saúde de 2023 enfatizou como essencial ter a segurança alimentar, a nutrição adequada e os sistemas alimentares diversificados e adequados para promover populações mais saudáveis. A sessão pediu ainda que os países implementem as ações fundamentais pela segurança alimentar.