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Guterres pede esforços de líderes para “evitar o alastramento do conflito"

O secretário-geral, António Guterres, informa os jornalistas sobre os recentes desenvolvimentos em Israel e nos Territórios Palestinos Ocupados
ONU/Paulo Filgueiras
O secretário-geral, António Guterres, informa os jornalistas sobre os recentes desenvolvimentos em Israel e nos Territórios Palestinos Ocupados

Guterres pede esforços de líderes para “evitar o alastramento do conflito"

Paz e segurança

Secretário-geral da ONU declarou estar preocupado com relatos de ataques no sul do Líbano e possível escalada de tensões; ele apelou pela libertação imediata de todos os reféns israelenses e pelo acesso humanitário rápido e desimpedido a Gaza; 11 funcionários da organização morreram desde o início dos confrontos. 

O mundo está “assistindo com horror um ciclo sobrecarregado de violência”. Essas foram as palavras que o secretário-geral da ONU, António Guterres, usou para descrever “os acontecimentos dramáticos em Israel e em Gaza.”

Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, em Nova Iorque, o chefe das Nações Unidas disse estar em contato com líderes da região e pediu que eles usem sua influência para impedir uma escalada das tensões.

Equipes de emergência em Israel são chamadas para ajudar um menino de 10 anos que foi atingido por estilhaços
Magen David Adom Israel
Equipes de emergência em Israel são chamadas para ajudar um menino de 10 anos que foi atingido por estilhaços

Libertação de reféns e ajuda humanitária desimpedida

Segundo Guterres, a grande prioridade é “evitar o alastramento do conflito."

Nesse sentido, ele afirmou estar “preocupado com a recente troca de tiros ao longo da Linha Azul e com os recentes ataques relatados no Sul do Líbano.”

O líder da ONU fez um apelo “à libertação imediata de todos os reféns israelenses detidos em Gaza.”

O secretário-geral também disse que é necessário “acesso humanitário rápido e desimpedido” aos locais afetados por bombardeios em Gaza. 

Guterres ressaltou que “os civis devem ser protegidos em todos os momentos” e que “o direito humanitário internacional deve ser respeitado e defendido.”

11 funcionários da ONU mortos

Cerca de 220 mil palestinos estão abrigados em 92 unidades da Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, em Gaza. O chefe das Nações Unidas sublinhou que “as instalações da ONU e todos os hospitais, escolas e clínicas nunca devem ser visados.”

Ele disse que o pessoal das Nações Unidas está trabalhando incansavelmente para apoiar o povo de Gaza e lamentou profundamente que alguns deles “tenham pagado o preço final.”

Desde 7 de outubro, 11 funcionários da Unrwa foram mortos na Faixa de Gaza.

Segundo a vice-diretora da agência em Gaza, Jenifer Austin, as vítimas são “cinco professores, um ginecologista, um engenheiro, um conselheiro psicológico e três funcionários de apoio.” Ela disse que “alguns foram mortos em suas casas com suas famílias.”

Um edifício desabou na rua em Gaza
Unrwa/Mohammed Hinnawi
Um edifício desabou na rua em Gaza

Suprimentos para salvar vidas

Na conversa com jornalistas, Guterres disse que suprimentos cruciais para salvar vidas, incluindo combustível, alimentos e água, “devem ser autorizados a entrar em Gaza.”

O secretário-geral agradeceu ao Egito “pelo seu empenho construtivo em facilitar o acesso humanitário através da passagem de Rafah e em disponibilizar o aeroporto de El Arish para assistência crítica.”

Para Guterres, “não há tempo a perder. Cada momento conta.”