Conferência africana debate sobre desafios ambientais
A 19ª sessão Ministerial Africana sobre Meio Ambiente acontece em Addis Abeba, Etiópia; evento ministerial aborda colaboração, financiamento climático, proteção contra poluição plástica e papel dos minerais críticos na transição energética, buscando crescimento regional verde e inclusivo.
Começou nesta segunda-feira a 19ª sessão da Conferência Ministerial Africana sobre o Meio Ambiente. Até 18 de agosto, especialistas e autoridades debatem sobre oportunidades para colaboração no enfrentamento dos desafios ambientais na África.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, o encontro, que acontece em Addis Abeba, na Etiópia, oferece uma plataforma para fortalecer o envolvimento coletivo da África na agenda ambiental global.
Desenvolvimento sustentável
O programa deve refletir sobre a participação em conferências de acordos ambientais, como a Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e outros processos multilaterais relacionados ao combate às mudanças climáticas.
O objetivo é garantir que a região não só seja capaz de enfrentar os desafios nessas áreas, mas também aproveitar as oportunidades emergentes para um fomentar o desenvolvimento sustentável do continente.
De acordo com as informações divulgadas sobre a 19ª sessão da Conferência Ministerial Africana sobre o Meio Ambiente, os debates também devem ser uma oportunidade para os ministros fornecerem orientação política para os próximos eventos ambientais importantes, incluindo a COP28.
A sessão também terá como objetivo fortalecer ainda mais o trabalho do grupo em contribuir para o meio ambiente e a agenda de desenvolvimento sustentável da região.
Para o Pnuma, isso inclui abordar questões ambientais emergentes, intensificar os esforços de colaboração com parceiros e partes interessadas, fortalecer sua base financeira e revisar propostas para fortalecer seu regulamento interno.
Minerais da África
Nas sessões de diálogo, os ministros devem abordar questões como fundos climáticos, proteção da saúde humana e do meio ambiente dos efeitos adversos da poluição plástica, minerais e seu papel nas transições energéticas no continente.
De acordo com documento preparado para o evento, a mudança para sistemas de energia limpa, inclusive no transporte, deve gerar um grande aumento na demanda por minerais essenciais em todo o mundo para acompanhar a meta global de emissões líquidas zero até 2050.
A África abriga 30% das reservas minerais do mundo, como cobalto, cobre e lítio, muitas são essenciais para tecnologias renováveis e de baixo carbono.
Para atender ao aumento esperado na demanda global, a produção de minerais e metais como lítio, grafite e cobalto precisará aumentar em quase 500% até 2050.
Minerais críticos e seu papel nas transições energéticas na África levantam considerações importantes relacionadas a não-recursos renováveis, impactos ambientais e a necessidade de uma transição justa.
Potencial crescimento
O texto ainda destaca que o aumento da demanda apresenta consequências ambientais, econômicas, geopolíticas e comerciais para a África.
Assim, os especialistas apontam que é necessário que a região africana utilize a transição verde para impulsionar o crescimento econômico, apoiar o desenvolvimento sustentável e criar empregos verdes.
A mudança deve contribuir para reduzir a pobreza e a desigualdade, minimizando os impactos ambientais e sociais negativos do desenvolvimento de minerais críticos.
O diálogo ministerial deve refletir sobre as principais estratégias e abordagens que a África pode aplicar para uma transição energética justa e na condução de um crescimento socioeconômico inclusivo e ambientalmente sustentável.