Perspectiva Global Reportagens Humanas

Agência da ONU acha minas terrestres perto de Zaporizhzhia

Diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visita a Usina Nuclear de Zaporizhzhya e seus arredores com sua equipe durante uma visita oficial à Ucrânia.
© Iaea/Fredrik Dahl
Diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visita a Usina Nuclear de Zaporizhzhya e seus arredores com sua equipe durante uma visita oficial à Ucrânia.

Agência da ONU acha minas terrestres perto de Zaporizhzhia

Paz e segurança

Diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, afirmou que ter explosivos na área da usina nuclear é "inconsistente com padrões de segurança".

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, afirmou que especialistas encontraram minas terrestres nos arredores da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia.

Rafael Mariano Grossi explicou que nesta semana, a equipe da Aiea detectou minas localizadas em uma zona entre as barreiras de perímetro internas e externas da instalação. 

Escoltado por funcionários da usina, o diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visita a usina nuclear de Zaporizhzhia na Ucrânia em abril de 2023.
© Iaea/Fredrik Dahl
Escoltado por funcionários da usina, o diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, visita a usina nuclear de Zaporizhzhia na Ucrânia em abril de 2023.

Padrões de segurança

Segundo ele, os explosivos estavam “situados em uma área restrita que o pessoal operacional da usina não pôde acessar e estava de costas para o local”. A equipe não observou nenhum dentro do perímetro interno  durante a inspeção.

Grossi contou que os inspetores estavam cientes da colocação de minas e foram informados de que era “uma decisão militar e em uma área controlada por militares”.

No entanto, o chefe da Aiea afirma que ter tais explosivos no local é “inconsistente com os padrões de segurança e as orientações de segurança nuclear”, além de criar pressão psicológica adicional sobre a equipe da usina.

Proteção de Zaporizhzhia

De acordo com Grossi, a avaliação inicial da agência, com base em suas próprias observações e nos esclarecimentos da usina, é de que qualquer detonação dessas minas não deve afetar a segurança nuclear e os sistemas de proteção do local. 

Nos últimos dias e semanas, os especialistas da Aiea realizaram inspeções e caminhadas regulares em todo o local, sem ver nenhum equipamento militar pesado. 

A agência da ONU continua solicitando acesso aos telhados dos reatores de Zaporizhzhia e suas salas de turbinas.

Diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi (segundo à esquerda) e a equipe da missão de especialistas chegam à Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia.
© IAEA
Diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi (segundo à esquerda) e a equipe da missão de especialistas chegam à Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia.

Vulnerabilidade

Na noite de 22 de julho, a equipe da Aiea ouviu várias detonações a alguma distância da usina. 

Após a destruição da barragem de Kakhovka no início de junho e o esgotamento do reservatório perto da usina, os inspetores estão monitorando a situação em relação à disponibilidade de água para resfriar os seis reatores das instalações e outras funções críticas de segurança nuclear. 

A equipe da Aiea informou que o fornecimento de água da usina permaneceu relativamente estável. Seu nível diminui em cerca de um centímetro por dia como resultado do uso e evaporação natural. Na estação, segundo especialistas, há oferta suficiente de água.