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Agências pedem fim de conflito no Sudão, que ultrapassa marca de 100 dias

Alimentos são distribuídos pelo PMA no campo de refugiados de Adre, no Chade
PMA/Julian Civiero
Alimentos são distribuídos pelo PMA no campo de refugiados de Adre, no Chade

Agências pedem fim de conflito no Sudão, que ultrapassa marca de 100 dias

Paz e segurança

Unicef diz que a cada hora, os direitos das crianças são violados no país africano; Acnur informa que mais de 740 mil pessoas se tornaram refugiadas; confrontos entre tropas do Exército sudanês e grupo paramilitar RSF começaram em 15 de abril.

Várias agências da ONU pediram o fim imediato do conflito no Sudão, que completa 100 dias provocando uma onda de refugiados a muitos países da região.

Em comunicado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, disse que todos os dias, as crianças têm seus direitos violados por causa dos choques entre o Exército do Sudão e os integrantes do grupo paramilitar Força de Apoio Rápido, RSF.

Refugiados sudaneses constroem um abrigo no Campo de Refugiados Zabout em Goz Beida, Chade
PMA/Marie-Helena Laurent
Refugiados sudaneses constroem um abrigo no Campo de Refugiados Zabout em Goz Beida, Chade

Suspeita de sarampo

Pelos menos 435 menores foram mortos e mais de 2.025 mil ficaram feridos. A cada hora, o conflito fere ou mata uma criança.

Os choques, que começaram em 15 de abril, obrigaram 740 mil pessoas a fugirem de suas casas para países como Chade, República Centro-Africana, Egito, Etiópia e Sudão do Sul.

Os confrontos são mais intensos em Cartum e nas regiões de Darfur e Kordofan. Há relatos de violações sérias de direitos humanos incluindo violência sexual. No Estado do Nilo Branco há uma grave crise de saúde e nutrição e 300 crianças estão sob risco de morrer com suspeita de sarampo e sofrendo de má nutrição.

O alto comissário para Refugiados, Filippo Grandi, disse que todas as partes têm que acabar com essa guerra trágica para que as pessoas possam buscar um lugar seguro dentro ou fora do país, mas que sejam protegidas de todas as formas de violência.

Alta no preço dos alimentos

Uma outra preocupação é a estação de chuvas e o aumento do preço dos alimentos e do combustível. 

A alta também influencia na entrega de ajuda humanitária, que fica cada vez mais cara.

O Acnur fez um apelo de US$ 566 milhões para reposta regional aos refugiados, mas até agora apenas 24% deste total foi entregue pelos doadores.

Desde o início do conflito no Sudão, em 15 de abril, mais de 3,3 milhões de pessoas ficaram deslocadas. Antes mesmo dos choques, 1,1 milhão de sudaneses já viviam como refugiados em nações vizinhas.