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Unicef condena ataque que matou 23 crianças em campo de deslocados na África

Uma família deslocada vive agora em um acampamento temporário em Plain Savo, na República Democrática do Congo.
© UNHCR/Hélène Caux
Uma família deslocada vive agora em um acampamento temporário em Plain Savo, na República Democrática do Congo.

Unicef condena ataque que matou 23 crianças em campo de deslocados na África

Assuntos da ONU

Agência da ONU calcula que pelo menos 5 mil menores, na região de Ituri, na República Democrática do Congo, tenham sido afetados pela ofensiva de grupos armados na área. 

Pelo menos 23 crianças foram mortas num ataque a um acampamento de deslocados internos pela violência na República Democrática do Congo, que matou ao todo 45 pessoas, nesta segunda-feira. 

Em nota, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, classificou o ataque ao acampamento de Lala como brutal. Dos sete feridos, três são crianças. 

Mais de 800 abrigos incendiados 

O representante do Unicef na RD Congo, Grant Leaity, disse que alvejar crianças vulneráveis “ultrapassa o desprezível”. Ele afirmou que o trauma das vítimas é inimaginável e inaceitável para as famílias que já tiveram que fugir de suas casas por causa da insegurança no leste do país africano. 

Uma criança segura uma panela de gafanhotos em um campo para deslocados internos na República Democrática do Congo.
© Unicef/Olivia Acland
Uma criança segura uma panela de gafanhotos em um campo para deslocados internos na República Democrática do Congo.

Além de matar e ferir os deslocados internos, os militantes e integrantes de grupos armados atearam fogo a mais de 800 abrigos e roubaram os rebanhos. 

O Unicef acredita que pelo menos 5 mil crianças foram afetadas pelo ataque perdendo pais e mães, irmãos, suas casas e pertences além de brinquedos e material escolar. 

Situação piorou em janeiro 

Desde 2017, a região de Uturi, na República Democrática do Congo, tem sido alvo de grupos armados e rebeldes com tropas do governo. Mas no início deste ano, a situação piorou quando os grupos armados começaram a atacar a população, escolas e hospitais. 

Mulheres retornam a seus abrigos em Plain Savo, local para deslocados internos na província de Ituri, após coletar água.
© UNHCR/Hélène Caux
Mulheres retornam a seus abrigos em Plain Savo, local para deslocados internos na província de Ituri, após coletar água.

Somente nos últimos seis meses, foram mortos 600 civis e mais de 200 ficaram feridos. O Unicef afirma que a falta de segurança e proteção das crianças tem se tornado uma preocupação maior. No momento, Ituri é a segunda província congolesa, das 26 do país, com o maior número de violações contra crianças, verificadas pela ONU. 

O Unicef começou a identificar as crianças que perderam os pais e parentes para oferecer apoio psicológico assim como as crianças feridas que não foram hospitalizadas.  

A agência da ONU também está fornecendo 800 abrigos para os afetados até meados desta semana.