Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU e parceiros buscam US$ 7 bilhões para prevenir catástrofes no Chifre da África

Migrantes etíopes atravessam os desertos de Djibouti.
© IOM 2020/Alexander Bee
Migrantes etíopes atravessam os desertos de Djibouti.

ONU e parceiros buscam US$ 7 bilhões para prevenir catástrofes no Chifre da África

Assuntos da ONU

Mais de 43 milhões de pessoas na Etiópia, no Quênia e na Somália continuam a sofrer com uma das piores secas da história recente causada por cinco estações consecutivas de pouca chuva; chefe da ONU disse que é hora de agir. 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o mundo precisa agir agora, com grande urgência e apoio, para evitar que uma crise se torne uma catástrofe no Chifre da África.  

O líder da ONU fez a declaração num evento para promessas de ajuda, coorganizado por Itália, Catar, Reino Unido e Estados Unidos, em parceria com os três países afetados: Etiópia, Quênia e Somália. 

Insegurança, seca e fome 

Ao todo, foram pedidos US$ 7 bilhões para socorrer as pessoas do impacto arrasador das secas na região.  

Guterres lembrou de visitas recentes à Somália e ao Quênia, onde ele viu rebanhos mortos e famílias tendo que sair de suas casas para encontrar água, alimentos e dinheiro. 

Mais pessoas estão sendo deslocadas na Somália como resultado das condições de seca.
© UNHCR/Samuel Otieno
Mais pessoas estão sendo deslocadas na Somália como resultado das condições de seca.

No caso da Somália, o líder da ONU lembrou de comunidades que perderam tudo para a seca e a insegurança à medida que continua a luta contra os militantes do grupo terrorista Al-Shabaab. 

Metade dos 400 mil mortos abaixo de cinco anos 

No ano passado, países doadores entregaram ajuda vital a 20 milhões de pessoas ajudando a evitar a fome na região. A Organização Mundial da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, informaram que 400 mil vidas foram perdidas na Somália por causa da seca, no ano passado. Metade das vítimas tinham menos de cinco anos de idade. 

António Guterres encerrou seu discurso dizendo que as pessoas no Chifre da África estão pagando um preço “inescrupuloso” por uma crise climática que eles não causaram.  

Ele disse que o mundo deve solidariedade à região e uma medida de esperança no futuro. E para isso, é preciso agir imediatamente para assegurar a sobrevivência de cada um. 

 

No final da reunião, foi anunciada a quantia de US$ 2,4 bilhões para levar assistência a quase 32 milhões de pessoas no Chifre da África. Mas os organizadores afirmam que a emergência não acabou e mais precisa ser feito.