ONU pede urgência para acabar com discriminação racial
Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial é celebrada neste 21 de março; secretário-geral afirma que racismo destrói vidas e reduz oportunidades, “impedindo que bilhões de pessoas desfrutem de seus plenos direitos humanos e liberdades”.
Neste 21 de março, as Nações Unidas celebram o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial.
Este ano, a data enfatiza a urgência desta questão quando o mundo marca 75 anos após a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Legado da escravidão
Em mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destaca que o racismo é um “abuso profundamente prejudicial e generalizado dos direitos humanos e da dignidade humana que afeta todos os países.
Para o chefe das Nações Unidas, está é uma das forças mais destrutivas que dividem as sociedades, é responsável por mortes e sofrimentos em “escala grotesca” ao longo da história.
Guterres adiciona que a discriminação racial e os legados da escravidão e do colonialismo continuam “destruindo vidas e reduzindo oportunidades, impedindo que bilhões de pessoas desfrutem de seus plenos direitos humanos e liberdades”.
Segundo ele, o racismo não é inato, mas uma vez aprendido, pode assumir um poder destrutivo imparável.
Aumento do ódio
O secretário-geral acredita que quando os governos e outras autoridades usam o racismo e a discriminação para fins políticos, eles alimentam as tensões e contribuem para condições que podem se transformar em violência, incluindo crimes atrozes.
Na avaliação do chefe da ONU, xenofobia, preconceito, discurso de ódio e outras formas de racismo e fanatismo estão aumentando em todos os lugares.
Ele relata que líderes políticos usam minorias e migrantes como bodes expiatórios, influenciadores de mídia social monetizam o racismo em plataformas online e a inteligência artificial reproduz a discriminação racial em formato digital.
Contra a discriminação
Guterres aponta que é necessário “resistir e reverter” os ataques dos direitos humanos, condenar e eliminar a discriminação racial em todas as suas formas e abordá-la onde e quando ela surgir.
Líderes de todos os tipos, tanto na esfera pública quanto na privada, devem intensificar, falar e combater o problema.
Guterres faz um apelo para que neste ano de aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aumente o comprometimento em erradicar o racismo e a discriminação racial, bem como a defesa da dignidade e dos direitos de todas as pessoas, em todos os lugares.
Assembleia Geral
A crescente xenofobia, preconceito e discurso de ódio foram destaques na sessão da Assembleia Geral que nesta terça-feira pediu ação para erradicar o racismo e a discriminação em todo o mundo.
A cerimônia anual que marca o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, lembra o Massacre de Sharpeville, África do Sul, em 21 de março de 1960 durante o apartheid.
O presidente da Assembleia Geral, Csaba Korosi, destacou a necessidade de “esforços incansáveis” para combater o racismo, pois os legados dos sistemas racistas de escravidão, apartheid e segregação ainda reverberam em comunidades, instituições e “também em nossas mentes”.
Ele afirmou que o racismo e o discurso de ódio estão sitiando as sociedades de várias direções, inclusive por meio da tecnologia e online. Para Korosi, os algoritmos podem perpetuar estereótipos e preconceitos raciais, enquanto a tecnologia pode ser usada para aumentar a vigilância ilegal e reforçar práticas discriminatórias.
Assim, o presidente da Assembleia Geral pediu que os países “trabalhem pelo mundo justo e igualitário que a ONU foi projetada para promover”.