Após acordo na Etiópia, ONU se diz pronta para apoiar etapas do processo
Paz e segurança
Secretário-geral das Nações Unidas avalia que acordo de paz entre o governo etíope e a Frente de Libertação do Povo Tigray, assinado quarta-feira na África do Sul, representa “um primeiro passo crítico” para acabar com guerra de dois anos; entendimento prevê plano de desarmamento, restauração da lei e ordem e fim de restrições ao auxílio humanitário.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o acordo de paz entre o governo etíope e a Frente de Libertação Popular Tigray, assinado nesta quarta-feira na África do Sul, é “um primeiro passo crítico” para acabar com a guerra de dois anos.
O “Acordo para a Paz Duradoura por meio da Cessação Permanente das Hostilidades”, contou com a mediação da União Africana, liderado pelo ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo.
O conflito gerou milhares de mortos, com alegações de graves violações dos direitos humanos, incluindo possíveis crimes de guerra, cometidos por ambos os lados.
Suprimentos
O principal objetivo do acordo é o fim dos combates que eclodiram em novembro de 2020. As previsões incluem um processo de desarmamento e a restauração da lei e da ordem, dos serviços e do acesso irrestrito a suprimentos humanitários na área do nordeste etíope.
Em comunicado divulgado pelo porta-voz da ONU, o secretário-geral faz um apelo a todos os etíopes e à comunidade internacional em favor do apoio ao “passo ousado” dado pelas autoridades federais da Etiópia e pela liderança tigré.
A ONU estima que cerca de 5,2 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária em Tigray. Desse total, cerca de 3,8 milhões carecem de assistência médica, segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS.
Tedros Ghebreyesus ressaltou haver um grande número de deslocados chegando ou se movendo em direção à capital regional de Tigray, com necessidades aumentando a cada dia. Cerca de 90% precisam ter apoio alimentar.
O chefe da ONU reafirma que as Nações Unidas estão prontas para ajudar nas próximas etapas do processo sob liderança da União Africana.
“Novo amanhecer”
O conflito gerou milhares de mortos, com alegações de graves violações dos direitos humanos, incluindo possíveis crimes de guerra, cometidos por ambos os lados.
A União Africana declarou o acordo como um “novo amanhecer” e elogiou o plano de desarmamento assinado oficialmente, após semanas de extensas negociações que incluíram a restauração de suprimentos de ajuda.
A retomada do auxílio também foi destacada como um marco por António Guterres, que pediu às partes que usem a oportunidade para restaurar os serviços públicos necessários.
O chefe da ONU reafirma que as Nações Unidas estão prontas para ajudar nas próximas etapas do processo sob liderança da União Africana, e que “continuarão a mobilizar a assistência necessária para aliviar o sofrimento nas áreas afetadas”.