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ONU pede que Europa aumente ambição ambiental para combater crise planetária

ONU pede que Europa aumente ambição ambiental para combater crise planetária
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ONU pede que Europa aumente ambição ambiental para combater crise planetária

ONU pede que Europa aumente ambição ambiental para combater crise planetária

Clima e Meio Ambiente

Nova avaliação revela progresso na qualidade do ar e áreas protegidas, mas recomenda ação urgente para combater emissões, resíduos, poluição e perda de biodiversidade; economia circular e infraestrutura sustentável oferecem soluções para a agenda ambiental.

Apesar do progresso em certas áreas, os governos da região europeia devem mostrar uma ambição muito maior no combate às mudanças climáticas, na proteção dos ecossistemas e na gestão e combate ao lixo e à poluição, destaca uma nova avaliação da ONU publicada nesta quarta-feira.

A análise foi apresentada na Conferência Ministerial do Ambiente para a Europa, o principal órgão das Nações Unidas para a política ambiental na região, que abrange 54 países da União Europeia, membros da Associação Europeia de Comércio Livre, Bálcãs, Cáucaso, Europa Oriental e Ásia Central.

Mais ações para proteger o meio-ambiente

O relatório conjunto da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Unece, e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, pede mais ações para enfrentar a tríplice crise planetária que afeta o clima, a natureza e a poluição. O texto destaca que seus efeitos já estão afetando a vida e o bem-estar das pessoas na região.

Segundo a secretária executiva da Unece, Olga Algayerova, os resultados devem ser um alerta. Para ela, a seca histórica enfrentada na região neste verão antecipa o que deve ser esperado nos próximos anos e mostra que “não há mais tempo a perder”.

Conforme destacado no documento, a ONU desenvolveu várias ferramentas e abordagens para reduzir a poluição, intensificar a proteção ambiental, reduzir o uso de recursos e promover a mudança para uma economia circular.

A diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen, destaca que a ciência é “inequívoca” e o relatório deve servir como um guia “para a redução das emissões, um ambiente mais saudável para as pessoas e para a natureza, uma melhor gestão de resíduos e um ar mais limpo”.

Segundo a chefe da agência ambiental da ONU, à medida que os cidadãos sentem dificuldades crescentes e enfrentam contas de energia mais altas do que nunca, veem temperaturas recordes e seus reservatórios de água encolherem, os países devem mostrar que há um plano para lidar com os desafios.

Destaques

Segundo o relatório, embora todos os países do continente europeu tenham se comprometido a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, elas seguem aumentando. As reduções, principalmente alcançadas na parte ocidental da Europa entre 2014 e 2019, são compensadas pelo aumento das emissões no resto da região.

O documento mostra que o uso de energias renováveis aumentou em 29 países de 2013 a 2017, mas a região ainda depende amplamente de combustíveis fósseis, representando cerca de 78% do consumo total de energia final. A participação das energias renováveis está aumentando mais lentamente do que o consumo geral nos países.

Sobre os ecossistemas terrestres e marinhos, o texto aponta que as áreas protegidas quase triplicaram nos últimos 30 anos e foi observado um aumento geral da área florestal na região da Unece de 33,5 milhões.

Coleta e reciclagem de lixo eletrônico

A ONU recomenda que os governos garantam que as tendências nas áreas florestais permaneçam positivas e tomem medidas adicionais para proteger as florestas primárias e intactas remanescentes e sua funcionalidade ecológica.

Apresentando a economia circular como uma alternativa, o texto afirma que mesmo onde existe um forte compromisso político, como na União Europeia e outros países da Europa Ocidental, a quantidade de resíduos gerados continua a crescer.

As taxas de reciclagem diferem significativamente entre os países e são particularmente baixas na Europa Oriental e na Ásia Central. O mesmo acontece com a coleta e a reciclagem de lixo eletrônico, que foram avaliadas como deficientes em todas as sub-regiões.