Surto de cólera na Síria mata mais de 20 pessoas no nordeste do país
Problemas associados à água podem ter causado contágio em seis províncias; são mais de 250 casos de contaminação; OMS anuncia entrega de suprimentos para combater a doença, fazer testes e purificar água; crise na saúde agrava com insegurança, sanções, instabilidade na economia.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou que seis províncias do nordeste da Síria enfrentam um surto de cólera.
Pelo menos 23 pessoas morreram entre os 253 casos conformados até o início desta semana nas regiões de Alepo, Hassakah, Deir EZ-Zor, Lattakia, Damasco e Homs.
Resposta
A suspeita é que a infecção esteja associada ao consumo de água de fontes não tratadas ou alimentos contaminados devido à irrigação com água suja.
A prioridade da agência em cooperação com as autoridades é impedir a propagação da doença, continuando a apoiar a resposta rápida, expandir a vigilância, realizar testes e rastreando pessoas que tiveram contato com os doentes.
Ao mesmo tempo, decorrem ações para aumentar a consciência das comunidades afetadas sobre o risco e as medidas de proteção para conter o surto declarado em 10 de setembro.
Atuando com parceiros, a OMS também pretende testar a qualidade da água e distribuir pastilhas de cloro para as comunidades afetadas.
Sistema de Saúde
Até o momento, as ações de resposta incluem a entrega de medicamentos e suprimentos.
O primeiro carregamento aéreo é suficiente para cobrir 2 mil casos graves e 190 mil considerados leves, em unidades de saúde no nordeste, onde o surto está concentrado.
Enquanto se aguardam novos lotes foram entregues suprimentos para combater a doença, solução de reidratação oral, medicamentos, testes rápidos e pastilhas de cloro para purificação de água.
Em comunicado divulgado esta semana, o Escritório Regional para o Mediterrâneo Oriental reportou também um aumento de casos de leishmaniose em todo o país.
Complicações
Mais de 20 mil crianças abaixo de cinco anos estão desnutridas, incluindo 1,5 mil correndo o risco de complicações de saúde.
A situação piora com fatores como insegurança política, sanções, instabilidade econômica agravados pela escassez de combustível, água e eletricidade.
As prioridades de atuação da OMS incluem da resposta às necessidades imediatas de mais de 12 milhões de pessoas usuárias do setor.
Os planos da agência incluem restaurar a funcionalidade do sistema de saúde e abordar fatores sociais que afetam a saúde como qualidade da água e melhor acesso aos combustíveis, à eletricidade e outros recursos básicos.