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Congresso global debate direitos das vítimas do terrorismo BR

ONU enfatizou o dever de garantir apoio abrangente às vítimas
Unesco/ Enos Teche
ONU enfatizou o dever de garantir apoio abrangente às vítimas

Congresso global debate direitos das vítimas do terrorismo

Desenvolvimento econômico

Evento ampliou necessidade de mais apoio ao grupo em necessidades físicas, médicas e psicossociais; Nações Unidas ressaltam que narrativa de sobreviventes deve ser mais salientes em relação ao discurso dos responsáveis pelo tipo de atos.

A semana do primeiro Congresso Global de Vítimas do Terrorismo juntou mais de 600 participantes nos dias 8 e 9 de setembro nas Nações Unidas.

Participantes de diferentes setores abordaram a proteção, a lembrança, o reconhecimento e o acesso das vítimas à justiça, bem como o apoio e a assistência a ser dada ao grupo.

Vozes

O evento híbrido contou com a participação de sobreviventes, diplomatas e especialistas, além de representantes da sociedade civil, da academia e do setor privado.

A vice-secretária-geral das Nações Unidas destacou que é preciso apoiar as vítimas e os sobreviventes do terrorismo. Para Amina Mohammed, solidariedade e auxílio devem ser prestados como uma obrigação moral e um imperativo humanitário e de direitos humanos.

Ana Evans, da Argentina, perdeu o marido em um ataque terrorista na cidade de Nova Iorque em 1º de outubro de 2017.
ONU/Loey Felipe
Ana Evans, da Argentina, perdeu o marido em um ataque terrorista na cidade de Nova Iorque em 1º de outubro de 2017.

 

Ela ressaltou que o Congresso favorecia tanto a vítimas como aos esforços para prevenir e acabar com o terrorismo. Na ocasião, a vice-chefe da ONU afirmou que os terroristas nunca prevalecerão se forem amplificadas as vozes e opiniões das vítimas e sobreviventes.

Prioridade

O presidente da 76ª Assembleia Geral, Abdulla Shahid, ressaltou que prestar solidariedade aos esforços de combate ao terrorismo é uma obrigação de membros da organização, em sua qualidade de seres humanos.

Ele pediu mais ações para aumentar a consciência sobre as necessidades dos que sofreram atos terroristas e fazer o máximo para garantir a proteção, promoção e respeito de seus direitos.

Ashraf Al-Khaled, da Jordânia, perdeu seu pai, sogros e outros 24 parentes em um atentado a bomba em um hotel na capital, Amã, em novembro de 2005.
ONU/Loey Felipe
Ashraf Al-Khaled, da Jordânia, perdeu seu pai, sogros e outros 24 parentes em um atentado a bomba em um hotel na capital, Amã, em novembro de 2005.

 

Para o chefe do Escritório de Combate ao Terrorismo, Vladimir Voronkov, o terrorismo pode afetar a todos. Ele destacou que o Congresso Global é a chance de afastar a narrativa de terroristas e extremistas violentos e devolvê-la às vítimas e aos sobreviventes.

Para Voronkov, o apoio às vítimas deve aumentar e a prioridade deve ser em colocá-las em primeiro lugar.

Direitos

A ONU enfatizou o dever de garantir apoio abrangente às vítimas. A meta é reconhecer e proteger o grupo em campos físico, médico e psicossocial.

O responsável da área de combate ao terrorismo declarou que o mundo deve reconhecer suas obrigações a esse respeito, e enfrentar o desafio.

Além da atuação internacional, Voronkov pediu aos países que reformem compromissos nacionais para proteger e melhorar os direitos das vítimas.