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No Dia Internacional para a Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição, Unesco quer quebrar silêncio BR

Objetos usados ​​para amarrar escravos em exibição durante uma exposição na sede da ONU em Nova York
ONU/Mark Garten
Objetos usados ​​para amarrar escravos em exibição durante uma exposição na sede da ONU em Nova York

No Dia Internacional para a Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição, Unesco quer quebrar silêncio

Direitos humanos

Data é celebrada neste 23 de agosto; Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, destaca projeto para aprofundar conhecimento sobre o assunto; diretora-geral da Unesco pede pelo fim da exploração humana.

Neste 23 de agosto, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura marca o Dia Internacional para a Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição.

A data lembra o levante de 1791 em São Domingos, hoje República do Haiti, que teve um papel crucial na abolição do tráfico transatlântico de escravos. A celebração tem o objetivo de refletir sobre as consequências do tráfico de escravos.

Reflexão coletiva

De acordo com os objetivos do projeto intercultural, "As Rotas dos Povos Escravizados" da Unesco, o dia deve oferecer uma oportunidade de reflexão coletiva sobre as causas históricas, os métodos e as consequências da tragédia.

Desde o seu lançamento em 1994, a iniciativa tem contribuído para a produção de conhecimento, desenvolvimento de redes científicas de alto nível e o apoio a iniciativas de memória sobre o tema escravidão, sua abolição e a resistência que gerou.

Internacionalmente, o projeto desempenha um papel importante ao “quebrar” o silêncio em torno da história da escravidão e colocar na memória universal esta tragédia que moldou o mundo moderno.

Hoje, segundo a Unesco, a ação contribui para "desracializar" e "descolonizar" o imaginário, desconstruindo os discursos baseados no conceito de raça que justificavam esses sistemas de exploração.

O programa também tem a finalidade de promover as contribuições dos afrodescendentes para o progresso geral da humanidade e questionar desigualdades sociais, culturais e econômicas herdadas.

Dignidade humana

Para a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, é hora de abolir de “uma vez por todas a exploração humana e reconhecer a dignidade igual e incondicional de cada indivíduo”.

Assim, ela pede que a data seja uma ocasião para lembrar as “vítimas e defensores da liberdade do passado para que possam inspirar as gerações futuras a construir sociedades".

A data foi celebrada pela primeira vez em vários países, em particular no Haiti, em 23 de agosto de 1998 e na ilha de Gorée no Senegal, em 23 de agosto de 1999.