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Nova estratégia quer alargar combate a doenças crônicas na África BR

Chefe da OMS pediu que seja promovida a saúde e o bem-estar com a prevenção de doenças
Kenya
Chefe da OMS pediu que seja promovida a saúde e o bem-estar com a prevenção de doenças

Nova estratégia quer alargar combate a doenças crônicas na África

Saúde

Tratamento ao grupo de enfermidades passará a ser oferecido em nível primário; além de unidades de saúde públicas, estratégia contempla maior acesso de pessoas atendidas em clínicas privadas; chefe da OMS pede mudança urgente de paradigma para promover a saúde e o bem-estar no continente.

África adotou a estratégia PEN-Plus para abordar doenças crônicas graves quando atendidas em instalações de nível primário. Ministros do continente endossaram o plano nesta terça-feira na 72ª.  sessão do Comitê Regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, em Lomé, Togo. 

Os alvos incluem a capacitação dos hospitais distritais e outras instalações de referência em nível primário para diagnosticar e gerenciar as doenças ainda em nível inicial e baixar o número de mortes.

Diagnóstico

A inabilidade e os óbitos são altos entre crianças, adolescentes e adultos jovens quando o grupo de doenças não é diagnosticado ou tratado. Em casos mais graves, os pacientes não vivem mais de um ano após o diagnóstico. 

Participantes também analisam o combate à Covid-19 e outras doenças transmissíveis
OMS África
Participantes também analisam o combate à Covid-19 e outras doenças transmissíveis

 

O continente africano busca acelerar a resposta aos casos da doença falciforme, diabetes tipos 1 e 2, doenças  cardíacas e asma em vários estágios. Para tal, a nova estratégia recomenda que os  países adotem programas padronizados para pacientes apresentando quadros simples e graves, garantindo que medicamentos, tecnologias e diagnósticos essenciais estejam disponíveis e acessíveis em hospitais distritais. 

Estima-se que somente 36% dos países da região podem ter medicamentos essenciais para as doenças não transmissíveis em hospitais públicos, segundo uma pesquisa da OMS publicada em 2019. 

A agência pede aos governos que garantam que as pessoas em busca de atendimento em hospitais privados possam ter acesso a serviços em situações graves. Além disso, devem serem reforçados os protocolos de prevenção, atenção e tratamento com capacitação e reforço de atuação dos profissionais de saúde.

Remédios

Os maiores gastos diretos com pacientes acontecem para tratar o grupo de doenças. Pela sua natureza crônica, muitas vezes acabam acarretando despesas de saúde consideradas “catastróficas”.

Pessoas em busca de atendimento em hospitais privados devem ter acesso a serviços em situações graves
© WHO / Blink Media - Gareth Bentley
Pessoas em busca de atendimento em hospitais privados devem ter acesso a serviços em situações graves

As metas da OMS incluem ampliar a oferta de serviços mais acessíveis, ao mesmo tempo que se reduzem os gastos de pacientes com transporte, hospedagem nas cidades e tempo de deslocamento para as unidades de saúde.

Além de endossar estratégias no combate às doenças e alargar o acesso aos serviços, a reunião pretende reduzir o fardo das doenças, fortalecer a capacidade e o bem-estar dos africanos.

Os participantes também analisam o combate à Covid-19 e outras doenças transmissíveis e o atendimento em situações como conflitos, crises humanitárias ou mudanças climáticas.

Na abertura, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, pediu que os Estados-membros façam uma mudança urgente de paradigma. A ideia é promover ainda mais a saúde e o bem-estar com a prevenção de doenças, “abordando suas causas profundas e criando as condições para que a saúde prospere”.