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Mais de 1,8 mil pessoas detidas na Rússia por protestarem contra a guerra BR

Mulher onde já foi um jardim de rosas na Ucrânia.
Foto: Danish Red Cross/Jakob Dall
Mulher onde já foi um jardim de rosas na Ucrânia.

Mais de 1,8 mil pessoas detidas na Rússia por protestarem contra a guerra

Direitos humanos

Escritório de Direitos Humanos lembra que ação militar na Ucrânia viola a lei internacional e já há relatos de civis entre as vítimas ; promotor do Tribunal Penal Internacional declara que TPI poderá exercer sua jurisdição e investigar crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em território ucraniano desde 2014. 

O Escritório de Direitos Humanos da ONU revelou nesta sexta-feira ter recebido relatos de que civis já estão entre as vítimas da invasão militar que ocorre na Ucrânia.  

Em Genebra, a porta-voz do Escritório, Ravina Shamdasani, fez um novo apelo ao fim imediato da escalada militar por parte da Rússia, lembrando que a situação é uma violação clara da lei internacional. 

Detenções na Rússia  

Porta-voz da alta comissária para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani
ONU News
Porta-voz da alta comissária para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani

Segundo Ravina Shamdasani, ocorreram na quinta-feira várias manifestações na própria Rússia, de pessoas que são contra a guerra. Segundo a porta-voz, mais de 1,8 mil pessoas foram detidas durante os protestos, e não se sabe ainda quantas já foram liberadas.  

Prender pessoas que exercem seu direito à liberdade de expressão constitue uma privação arbitrária da liberdade, por isso, o Escritório de Direitos Humanos da ONU exige a libertação imediata de todos os detidos na Rússia.  

A porta-voz reforçou as declarações da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet : “países que falharem em tomar medidas para resolver suas disputas internacionais de forma pacífica deixam de cumprir com a obrigação de proteger o direito à vida”. Por isso, Bachelet apela ao respeito total à lei internacional humanitária.  

Investigação de crimes de guerra  

Karim Khan é promotor do TPI.
ONU/Loey Felipe
Karim Khan é promotor do TPI.

O promotor do Tribunal Penal Internacional, TPI, também está acompanhando de perto a situação na Ucrânia. Nesta sexta-feira, Karim A.A. Khan QC declarou que o Tribunal poderá “exercer sua jurisdição para investigar qualquer ato de genocídio, crime contra a humanidade e crime de guerra cometido em território ucraniano desde 2014”.  

O promotor do TPI destaca que “qualquer pessoa que cometa esses crimes poderá ser alvo de acusação perante à Corte, que investiga crimes de guerra. Ele lembra ser imperativo que todas as partes em conflito respeitem suas obrigações perante à lei humanitária internacional.