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Festas do Povo em Portugal e tecido tradicional do Timor-Leste viram Patrimônio da Unesco BR

Tais, o tradicional tecido feito à mão no Timor-Leste desempenha um papel importante na vida do povo timorense
© Timor Aid
Tais, o tradicional tecido feito à mão no Timor-Leste desempenha um papel importante na vida do povo timorense

Festas do Povo em Portugal e tecido tradicional do Timor-Leste viram Patrimônio da Unesco

Cultura e educação

Lista inclui agora 630 inscrições, de 140 países; Festas do Povo de Campo Maior é a última adição na relação de nações de língua portuguesa que também tem a falcoaria de Portugal e o tecido tradicional timorense Tais como patrimônio que precisa de proteção; agência repassa US$ 266 mil para o projeto.  

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, inscreveu neste mês de dezembro 39 novos elementos em sua lista do Patrimônio Imaterial da Humanidade. Dois itens de países de língua portuguesa se destacam nessa última edição. 

As Festas do Povo de Campo Maior em Portugal ocorrem todos os anos, as ruas da cidade de Campo Maior, na região do Alentejo, e são decoradas com milhões de flores coloridas feitas de papel, uma tradição que existe há um século.  

As Festas Comunitárias de Campo Maior são um evento popular em que as ruas de Campo Maior em Portugal são decoradas com milhões de flores de papel de várias formas, cores e padrões
Augusto Brazio
As Festas Comunitárias de Campo Maior são um evento popular em que as ruas de Campo Maior em Portugal são decoradas com milhões de flores de papel de várias formas, cores e padrões

Produção secreta  

Segundo a Unesco, um comitê da cidade decide as cores, quem da comunidade fará os trabalhos e a decoração é preparada durante meses de forma secreta. Existe até um clima de “competição amigável” para saber quais ruas terão as melhores criações. Na véspera da festa, a cidade é transformada da noite para o dia, quando são finalmente reveladas as flores de papel.  

Portugal também já integra a lista com a arte da falcoaria reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade, ao lado da Áustria, Alemanha, Espanha, Síria, entre outros.  

A Unesco explica que a falcoaria é a arte tradicional e a prática de treinar falcões e outras aves de rapina, realizada por pessoas de todas as idades em mais de 80 nações, sendo que atualmente os adeptos têm como objetivo proteger os falcões e a própria prática. 

A Unesco também inscreveu quatro práticas culturais na lista do Patrimônio Imaterial que Precisa de Proteção, incluindo o tecido tradicional do Timor-Leste, o Tais.  

Portugal também já integra a lista com a arte da falcoaria reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade, ao lado da Áustria, Alemanha, Espanha, Síria, entre outros
ARPT Centro de Portugal.
Portugal também já integra a lista com a arte da falcoaria reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade, ao lado da Áustria, Alemanha, Espanha, Síria, entre outros

Roupas tradicionais  

Feito à mão e usado para decoração e para a criação de peças tradicionais de vesturário, usadas em cerimônias e festivais, este tecido é também um meio de se expressar a identidade cultural, já que as cores e os padrões variam de acordo com os grupos étnicos.  

O Tais é feito a partir de algodão pintado com plantas e o processo complexo de fabricação geralmente é reservado para as mulheres.  

Ao decidir que a técnica cultural precisa ser preservada, a Unesco reservou também US$ 266 mil para projetos de proteção do tecido no Timor-Leste. 

Sede da Unesco, em Paris
Unesco
Sede da Unesco, em Paris

Sopa do Haiti  

Entre as outras atividades classificadas recentemente pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade estão: a caligrafia árabe; a rumba, ritmo musical da República Democrática do Congo; a caça e a extração de trufas na Itália e a sopa Joumou, tradicional do Haiti e feita à base de abóbora, com carne, massa e especiarias.  

Esta sopa costumava ser servida aos donos dos escravos, mas o Haiti “tomou posse” da iguaria assim que se tornou independente da França.