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Ômicron “mostra como situação é perigosa e precária”, diz chefe da OMS BR

Diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.
ONU/Evan Schneider
Diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

Ômicron “mostra como situação é perigosa e precária”, diz chefe da OMS

Saúde

Tedros Ghebreyesus abriu sesssão especial da Assembleia Mundial da Saúde defendendo um novo acordo sobre pandemias; agência da ONU avalia que grande número de mutações cria um risco alto da variante se espalhar pelo mundo.  

Começou nesta segunda-feira, em Genebra, uma sessão especial da Assembleia Mundial da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus. Na abertura do encontro, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, declarou que o surgimento da variante Ômicron mostra como a situação ainda é “perigosa e precária”. 

Segundo Tedros Ghebreyesus, a nova variante “demonstra que o mundo precisa de um novo acordo sobre pandemias”. O chefe da OMS disse que é preciso agradecer África do Sul e Botsuana por detectarem e reportarem a nova variante, ao invés de penalizar esses países.  

Cientistas ainda buscam respostas  

Profissionais de saúde se mobilizaram rapidamente para rastrear o vírus e prevenir novas infecções
ONU/Martine Perret
Profissionais de saúde se mobilizaram rapidamente para rastrear o vírus e prevenir novas infecções

Tedros explicou que cientistas da OMS e ao redor do mundo continuam estudando para entender, com urgência, se a Ômicron está associada a uma maior transmissão, a um risco de reinfecções, se leva a casos mais severos de Covid-19 ou se as vacinas atuais protegem contra essa variante.  

No domingo, a OMS afirmou que devido ao grande número de mutações, existe um risco alto da Ômicron se espalhar em nível global.  

O chefe da agência lembrou que a emergência de uma nova variante do coronavírus mostra que a pandemia ainda não acabou, apesar de muitas pessoas acreditarem no contrário. 

Maior campanha da história  

 

Homem de 76 anos mostra seu cartão de vacinação após receber a vacina de Covid-19 em Gana
Unicef/Francis Kokoroko
Homem de 76 anos mostra seu cartão de vacinação após receber a vacina de Covid-19 em Gana

Tedros reforçou que a única maneira de acabar com a pandemia é resolvendo a crise das vacinas. Segundo ele, já foram administradas em menos de um ano quase 8 bilhões de doses no mundo, sendo a maior campanha da história. 

Ao mesmo tempo, “o ciclo de pânico e negligência” pode fazer com que os ganhos obtidos até agora “desapareçam num instante”, afirmou Tedros.  

Ele explicou que mais de 80% das doses das vacinas contra a Covid-19 foram para os países do G-20, enquanto nações de renda baixa, a maioria na África, receberam apenas 0,6% dos imunizantes. 

Nesta segunda-feira, a União Africana, a Aliança Gavi e agências da ONU como OMS e Unicef, divulgaram um comunicado conjunto pedindo à comunidade internacional a doação dos imunizantes para a África. 
 

Por meio dos mecanismos Covax e Avat, o continente recebeu 90 milhões de doses até o momento, mas a maioria foi entregue sem aviso prévio e perto do prazo de vencimento.  

Com isso, os países africanos têm tido dificuldade para planejar as campanhas de vacinação.